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01/Fev/2022

Etanol: vendas caem ao menor patamar em 20 anos

Na comparação com os meses de janeiro de anos anteriores, o volume de etanol hidratado negociado pelas usinas de São Paulo no primeiro mês de 2022 é o mais baixo desde 2002, um comportamento ainda mais tímido tinha sido registrado pelo Cepea em novembro de 2021. Em relação a dezembro de 2021, o volume negociado do biocombustível em janeiro foi 17% inferior. A sequência de negócios pontuais tem caracterizado o mercado de etanol em toda a Região Centro-Sul do Brasil. Um volume pequeno de combustível tem sido absorvido pelas distribuidoras no mercado spot, com contratos extras de abastecimento para o período de entressafra.

As incertezas quanto ao consumo de etanol devido às restrições de mobilidade, impostas pela nova variante Ômicron do coronavírus, e a desvantagem do preço do hidratado frente ao da gasolina C nas bombas justificam a baixa liquidez. Nas bombas do estado de São Paulo, a relação de preços entre o etanol hidratado e a gasolina C segue mais vantajosa para o combustível fóssil, como tem ocorrido em boa parte desta temporada 2021/2022, em 76,3% em janeiro, ante os 78,1% em dezembro/2021. A média de preço do combustível foi de R$ 6,354 por litro, e a do hidratado, de R$ 4,847 por litro, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Ainda assim, na parcial da safra 2021/2022 (de abril/2021 a janeiro/2022), o Indicador CEPEA/ESALQ mensal do hidratado (estado de São Paulo) está em R$ 3,2677 por litro, alta de 41,4% na comparação com os R$ 2,3112 por litro registrados no mesmo período de 2021. No caso do etanol anidro, a média do Indicador CEPEA/ESALQ é de R$ 3,7010 por litro, 45,7% superior ao observado no mesmo período da temporada anterior (valores deflacionados pelo IGP-M de janeiro/2022). Na média das semanas cheias de janeiro, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado foi de R$ 3,2929 por litro, recuo de 2,06% em relação às semanas de dezembro/2021.

No mesmo comparativo, para o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro, considerando-se somente o mercado spot, a queda foi de 1,82%, a R$ 3,8071por litro. Nos últimos sete dias, especificamente, há quedas fortes no preço dos etanóis no mercado de São Paulo. O Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado está cotado a R$ 3,1648 por litro, recuo de 4,22% no período. Quanto ao anidro, a redução é de 2,44%, com o Indicador CEPEA/ESALQ cotado a R$ 3,7347 por litro. A baixa demanda das distribuidoras, que seguem relatando vendas de gasolina C mais aquecidas que as de etanol, e os repasses de preços do hidratado na ponta varejista ainda aquém do esperado explicam o movimento de baixa no mercado spot em toda a Região Centro-Sul.

Além disso, a perda do poder de compra da população diante de taxas inflacionárias relativamente elevadas no País tem motivado a queda no consumo de combustível neste momento de patamar elevado de preços, mesmo que em queda. A demanda enfraquecida e a maior oferta de algumas usinas intensificam as quedas nos preços dos combustíveis nos últimos sete dias. A expectativa de cotações em alta nos meses de entressafra, em função da menor disponibilidade de combustível, parece não se concretizar, já que os volumes disponíveis no mercado spot podem ser suficientes para o período, dado o nível de consumo vigente.

Nos últimos sete dias, a relação entre os preços do etanol hidratado e da gasolina C nas bombas é de 75,2%. As médias são de R$ 6,37 por litro para o combustível fóssil (queda de 0,22%) e de R$ 4,789 por litro para o etanol (baixa de 1,26%). Em termos de preços relativos no elo produtor da cadeia sucroenergética, nos últimos sete dias, o valor do anidro está 13% maior que o do hidratado em São Paulo. O preço do açúcar está 24,5% superior ao do anidro e 40,7% maior que o do hidratado. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.