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26/Jan/2022

Gasolina e óleo diesel estão mais caros nos postos

Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), os preços dos combustíveis continuam subindo nos postos. Pela segunda semana seguida, a gasolina ficou mais cara, enquanto o óleo diesel mantém a trajetória de alta das semanas anteriores. Os aumentos refletem o reajuste da Petrobras e de impostos, cuja carga sobe toda vez que os preços de refinaria aumentam. No dia 11 de janeiro, a empresa anunciou um reajuste da gasolina de 4,85% e do óleo diesel de 8%. Na média do País, a gasolina estava sendo vendida na bomba a R$ 6,664 por litro, na semana de 16 a 22 de janeiro, uma alta de 0,85% frente à semana anterior. Em comparação à primeira semana do ano, o reajuste foi de 0,7%. O diesel começou o ano custando R$ 5,336 por litro e, na semana passada, estava valendo R$ 5,582 por litro, alta de 4,6%. Como esses reajustes ainda estão muito aquém dos anunciados pela Petrobras no dia 11 de janeiro, é possível que novos aumentos ainda aconteçam nos postos, nos próximos dias. Os preços dos combustíveis estão no centro do debate político neste ano de eleição.

Pressionado pela sua base eleitoral, sobretudo pelos caminhoneiros, o presidente da República, Jair Bolsonaro, sinalizou para uma redução temporária dos tributos, tema da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) negociada pelo governo federal com o Congresso. Até então, o alvo dos ataques de Bolsonaro estava sendo direcionados à Petrobras, que resiste em ser responsabilizada pela alta dos combustíveis e por possíveis intervenções do governo na gestão da empresa. Os combustíveis foram um dos itens que mais pesaram sobre a inflação de 2021. A Petrobrás informou que não está disposta a fazer política pública e que continuará reajustando os combustíveis quando a cotação do petróleo se valorizar no mercado internacional, além do câmbio. Essa é a política de preço de paridade de importação (PPI), adotada pela estatal em 2016, na qual a empresa equipara os valores dos seus produtos aos de importadores. Segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), para os próximos meses, a tendência é que os preços no Brasil continuem subindo.

O mais provável é que aconteça uma certa estabilização dos preços do barril de petróleo que, dada a atual estrutura de preços do mercado brasileiro, não deve ajudar na queda do valor do combustível no País. Esse cenário, somado ao atual desenho eleitoral, que pode promover um ciclo de desvalorização cambial, pode, ao contrário, provocar uma nova sequência de aumento de preços no segundo semestre. Grandes consumidores de petróleo e gás, como os Estados Unidos e a Europa, estão tentando conter os aumentos de preços do petróleo por conta da inflação global e de problemas de abastecimento, principalmente, na Europa e na China. A capacidade desses países afetarem os preços, no entanto, é limitada. A Agência Internacional de Energia, ligada aos grandes consumidores, aposta numa queda dos preços até a faixa de US$ 70,00 por barril. Enquanto a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), vinculada aos maiores produtores, aposta numa alta acima de US$ 100,00 por barril. Na segunda-feira (24/01), a cotação do petróleo do tipo brent fechou o pregão de Londres negociado a US$ 86,00 por barril.

É bastante improvável uma queda expressiva do valor do barril no curto prazo, a não ser que haja uma mudança de postura da Opep ou ainda uma capacidade de expansão energética dos grandes consumidores. Esses elementos ainda não estão claros. O atual quadro de tensões entre Rússia e Ucrânia, bem como dos países desenvolvidos com o Irã torna difícil uma coordenação para redução contínua dos preços. No Brasil, além da gasolina e do óleo diesel, também o gás natural veicular (GNV), muito utilizado por motoristas de aplicativos e taxistas, ficou mais caro. O valor passou de R$ 4,374 por m³ no início do ano, para R$ 4,456 por m³na semana passada. Na contramão do que vem acontecendo com os combustíveis derivados de petróleo, o etanol hidratado ficou mais barato. Seu preço caiu de R$ 5,063 por litro para R$ 5,053 por litro, no mesmo intervalo de tempo. Neste caso, além da concorrência com a gasolina, também pesa na formação do preço do combustível o comportamento do mercado da sua matéria-prima, a cana-de-açúcar. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.