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11/Nov/2021

Cana: safra 2022/2023 deve crescer no Centro-Sul

Segundo o Rabobank, no relatório “Perspectivas para o Agronegócio Brasileiro em 2022” divulgado nesta quarta-feira (10/11), a safra de cana-de-açúcar 2022/2023 no Centro-Sul do Brasil, que começa em abril, deve ser de parcial recuperação em relação à produção atual, podendo atingir até 550 milhões de toneladas. A safra de cana-de-açúcar 2021/2022 teve impacto na produtividade provocado pelo longo período seco, que começou no início de 2020, além de danos causados por geadas e incêndios ao longo de 2021. Este conjunto de fatores levou a safra no Centro-Sul a cair em até 15%, de 605 milhões de toneladas em 2019/2020 para entre 515 milhões e 525 milhões de toneladas projetadas para 2021/2022. Por enquanto, o que parece provável é que o começo da safra 2022/2023 seja tarde, para maximizar a chance de recuperação e desenvolvimento da cana-de-açúcar, mesmo se houver condições climáticas favoráveis durante a entressafra, com muito foco nos tratos culturais.

Caso o clima na entressafra não voltar para normalidade e continuar abaixo do ideal, a moagem em 2022/2023 no Centro-Sul ficaria igual ou até um pouco menor que a projetada para 2021/2022. A visão preliminar de 2022 é de um ano em que complicações não devam faltar. No campo, a herança deixada por 2021 será um canavial afetado por geadas e incêndios, além de ter o seu desenvolvimento atrasado pela seca. Surgiram vários ‘quebra-cabeças’ em relação ao plantio: uma parte do plantio planejado para ocorrer durante a safra não ocorreu por causa da seca, enquanto talhões onde danos expressivos foram causados por geada e/ou incêndio, o recomendado seria reformá-los. Esses fatores sugerem que a taxa de plantio durante a entressafra deveria ser alta, mas isso exige muitas mudas e, quanto mais se planta cana-de-açúcar de 18 meses, menor a área a ser colhida na próxima safra.

As perspectivas para os preços na safra 2022/2023 são positivos. O aperto na oferta doméstica de etanol deve continuar. A produção de etanol de cana-de-açúcar em 2021/2022 e 2022/2023 deve ser de 23,9 bilhões e 24,1 bilhões de litros, respectivamente, com etanol de milho acrescentando 3,4 e 3,8 bilhões de litros. No caso de açúcar, a queda esperada na produção brasileira em 2021 sugere que o mercado precisará contar com exportações indianas no primeiro semestre de 2022. Dados os sinais de que o governo indiano não deverá disponibilizar subsídios para as exportações, calcula-se que o preço do demerara na Bolsa de Nova York teria que ficar entre 19,00 e 20,00 centavos de dólar por libra-peso, ou mais, para incentivar as exportações. O preço internacional de petróleo deve se manter firme, ao redor de US$ 80,00 por barril (tipo Brent) ao longo de 2022.

Isso, em combinação com a projeção da taxa de câmbio do Rabobank deveria manter o preço da gasolina na bomba em níveis elevados (R$ 6,00 ou mais por litro, base São Paulo), considerando não haver mudanças significativas na política de preços da Petrobras ou nos impostos sobre combustíveis. No segundo semestre de 2022, com a premissa de que haverá apenas uma recuperação leve na moagem e considerando as projeções dos preços dos combustíveis, o preço do açúcar na Bolsa de Nova York teria de continuar ao redor de 18,00 centavos de dólar por libra-peso, ou acima disso. Manteria tanto um mix altamente açucareiro no Brasil (produção de açúcar no Centro-Sul em 2022/2023 de 33,3 milhões de toneladas) e um fluxo de exportações da Índia. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.