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25/Out/2021

COP-26: Brasil defenderá globalização do etanol

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, disse que vai propor na COP-26, que começará no dia 31 em Glasgow, na Escócia, mais ambição financeira para incentivar programas como o etanol brasileiro. Ele defendeu o uso do biocombustível em larga escala como forma de reduzir as emissões de carbono e do carro a combustão por etanol como alternativa ao carro elétrico. Segundo o ministro, é preciso olhar para o carro elétrico de uma forma ampla, com uma percepção global, de forma a perceber que a infraestrutura necessária para o tornar viável ainda é muito frágil. Não há cidades que tenham uma tomada a cada quarteirão no mundo, nem no Brasil.

Para ele, o etanol é uma solução de emprego verde para o Brasil e para países com mão de obra menos qualificada, como os da África. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, reforçou que o Brasil terá a oportunidade de posicionar o etanol como alternativa de mobilidade sustentável durante a COP-26. Ela afirmou que não é possível desprezar o advento dos carros elétricos, mas que o País não pode perder a oportunidade de expandir e exportar o uso do biocombustível, uma tecnologia limpa, mais barata e mais conveniente para o mundo. Segundo ela, o Brasil precisa de mais parceiros no segmento. Como a Índia, que vem implementando um programa de produção de etanol. Segundo a Volkswagen para a América Latina, o etanol brasileiro precisa ser exportado para o mundo.

Foram ressaltados os planos da empresa na Europa para eliminar os motores a combustão e migrar para o sistema elétrico até 2030, mas, em outros lugares do mundo, a realidade é diferente, o que abre oportunidades para os biocombustíveis. A Volkswagen quer fazer do Brasil um centro de pesquisa e desenvolvimento em biocombustíveis. O Brasil está em um momento chave de criar uma política pública olhando para os próximos 20 anos e para transformar etanol em célula combustível. O etanol tem muito a oferecer para o mundo, como sociedade, e é preciso comunicar cada vez mais o entendimento do etanol na cadeia como um todo. Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), o etanol pode revolucionar uma série de países da África e da Ásia. Não se trata de exportar etanol para essas regiões.

Significa levar o know how, a tecnologia, a capacidade de políticas públicas ultra inteligentes que o Brasil aprendeu a desenvolver nessa área. O inimigo não é a tecnologia ‘A’ ou ‘B’, mas o carbono. É ele que precisa ser evitado, e isso só pode ser feito com várias soluções. A introdução dos carros flex no Brasil e o maior uso de etanol, desde 2003, já evitaram a emissão de 500 milhões de toneladas de CO2 equivalente na atmosfera. O País faz o “dever de casa” na área ambiental e pode mostrar isso na COP-26. Importante destacar que o plantio de cana-de-açúcar ocorre longe da Amazônia e o segmento sucroenergético é o que mais planta árvores no País.

O caso de sucesso do etanol será bastante explorado na COP-26 pelo governo e pelo setor produtivo. O Brasil não tem uma tomada em uma árvore na Amazônia ou no meio da caatinga para carregar um veículo elétrico. Mas, provavelmente, tem acesso a um posto de gasolina que já tem o etanol, que vai carregar a bateria do seu veículo híbrido, por exemplo. O Ministério do Meio Ambiente defendeu o uso do etanol em escala global, indo para a África e para a Ásia. E os países que vierem a adotá-lo não serão apenas novos mercados para a vender do biocombustível, mas participantes do Acordo do Clima que querem contribuir para encontrar soluções para os problemas climáticos mundiais.

Tereza Cristina também defendeu a produção de etanol de milho, com a geração de subprodutos aproveitáveis na pecuária, a conversão de pastagens degradadas em lavouras de cana para geração do biocombustível e incentivos ao biogás e biometano. É preciso uma política sólida, baseada na visão estratégica do potencial do Brasil e na perspectiva de desenvolvimento do cenário global. É um processo de “ganha-ganha”, mas o País precisa trabalhar mais. Apesar das emissões serem baixas, o Brasil tem muito a contribuir para a redução global. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.