19/Out/2021

Em São Paulo, ainda que compradores mostrem resistência em aceitar novas altas nos preços do açúcar cristal no spot, os agentes de usinas se mantêm firmes nos valores indicados por novos lotes. Com isso, no dia 15 de outubro, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal, cor Icumsa de 130 a 180, em São Paulo, atingiu nova máxima nominal, ao fechar a R$ 150,24 por saca de 50 Kg, avanço de 3,75% nos últimos sete dias.

Ressalta-se que, em termos reais, a maior média mensal do Indicador, de R$ 189,60 por saca de 50 Kg, foi verificada em fevereiro de 2010 (as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI). Nos últimos sete dias, especificamente, a média do Indicador é de R$ 148,11 por saca de 50 Kg, aumento de 3,26% nos últimos sete dias (de R$ 143,43 por saca de 60 Kg). No geral, o mercado esteve mais aquecido no dia 14 de outubro, quando maiores volumes foram negociados.

Sem alterações nos fundamentos físicos desta safra 2021/2022, o mercado spot de São Paulo segue com restrição de oferta, devido à queda na produção por fatores climáticos que prejudicaram as lavouras. Com as chuvas recentes no Estado, parte das usinas deve postergar o encerramento da moagem por mais alguns dias, mas não o suficiente para gerar um aumento na oferta e estreitar o período da entressafra que será maior nesta temporada.

No contexto internacional, as cotações do açúcar demerara na Bolsa em Nova York conseguiram reverter nos últimos dias parte das perdas registradas durante a semana, e o contrato Março/2022 está cotado a 19,80 centavos de dólar por-libra. A média do contrato Março/2022 é de 19,93 centavos de dólar por libra-peso, alta de 0,21% nos últimos sete dias. O mercado externo esteve pressionado, devido às perspectivas de redução na demanda.

A China, que, em anos anteriores, importou mais de 4 milhões de toneladas de açúcar, continuará com sua cota de aquisições do produto limitada a 1,945 milhão de toneladas em 2022, inalterada em relação ao ano anterior. Em contrapartida, a baixa produtividade dos canaviais da Região Centro-Sul do Brasil prejudicou a oferta de açúcar. Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), a produção do açúcar na região foi de 2,31 milhões de toneladas na segunda quinzena de setembro, queda de 19% em comparação com o mesmo intervalo do ano anterior.

Além disso, a gasolina cada vez mais cara nos postos de combustíveis brasileiros poderá incentivar as usinas a aumentar a produção de etanol, em detrimento do açúcar, diminuindo a oferta do açúcar. Em São Paulo, no atacado, o Indicador de Cristal Empacotado está cotado a R$ 17,48 por saca de 5 Kg, elevação de 1,05% nos últimos sete dias. O açúcar refinado amorfo está cotado a R$ 3,85 por saca de 1 Kg, alta de 1,04% no mesmo período. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.