18/Out/2021
O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, afirmou que vai defender o uso do etanol durante a Conferência das Partes (COP26), em Glasgow, na Escócia. O maior evento do mundo sobre meio ambiente é organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e começa no dia 31 de outubro, devendo se estender até 12 de novembro. O ministro reafirmou o compromisso do governo federal na promoção do etanol brasileiro como parte de uma nova economia verde durante a Conferência das Partes, a COP26, em Glasgow. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) enviou uma carta ao Ministério do Meio Ambiente pedindo o reconhecimento e a defesa do potencial da bioenergia como instrumento de descarbonização na Conferência do Clima. O ministro manifestou apoio ao setor de biocombustíveis, que gera emprego verde e reaproveita 90% dos recursos, promovendo uma economia circular e garantindo um transporte verde em todo o território nacional, como veículos elétricos que usam etanol para recarregar suas baterias.
Na carta, a Unica lembra que representa usinas e destilarias responsáveis por mais de 50% da produção brasileira de etanol e outros energéticos renováveis e sugere que as políticas públicas implementadas no Brasil e o sucesso no uso do etanol e da bioenergia como instrumentos de descarbonização sejam incorporados no posicionamento brasileiro no evento. Enquanto os maiores líderes globais continuarão a debater alternativas para transformar seus compromissos de reduções de emissões de gases de efeito estufa (GEE) em ações ativas, o Brasil tem a oportunidade de oferecer soluções eficientes e imediatas para essa agenda, especialmente no setor de transportes, que responde por quase 25% de todas as emissões globais. A Unica ressaltou que o uso de etanol combustível na frota de veículos leves e o emprego dos Créditos de Descarbonização (CBios) para compensação de emissões em outros setores da economia se posicionam como opções efetivas para o combate ao aquecimento global. O País possui o maior programa de substituição de combustíveis fósseis por renováveis do planeta, iniciado com o Proálcool e agora consolidado na Política Nacional de Biocombustíveis, o RenovaBio.
O Programa estabelece metas de redução da intensidade de carbono para a matriz brasileira de combustíveis, criando diretrizes para ampliar a participação e a eficiência energético-ambiental dos biocombustíveis no mercado nacional. Os produtores ressaltaram que o etanol já substitui quase metade do consumo de gasolina no mercado nacional e, para isso, utiliza apenas 0,8% do território para produção de matéria-prima energética. Importante destacar que área com cana-de-açúcar está localizada a mais de 2 mil quilômetros da Amazônia. A Região Amazônica é um dos principais pontos de interesse do mundo em relação ao Brasil. A carta também traz que o RenovaBio impõe política de desmatamento zero, excluindo qualquer propriedade com supressão de vegetação nativa. Desde o lançamento dos veículos flex-fuel no Brasil, em 2003, o uso do etanol combustível evitou quase 600 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, ou o equivalente à totalidade das emissões anuais somadas de países como França e Polônia.
Isso porque, o etanol reduz em até 90% a emissão de gases de efeito estufa quando comparado ao concorrente fóssil. Os produtores salientaram também que a política brasileira já é exemplo para outros países, como Índia e até mesmo o Reino Unido, que anunciou que a partir de setembro deste ano passaria a ampliar a mistura de etanol à gasolina de 5% para 10%. Na Índia, foi anunciada a meta de misturar 20% de etanol à gasolina até 2025, cinco anos antes do planejado. O país também divulgou recentemente que irá incentivar os carros flex, modelo que foi fortemente inspirado no Brasil. A frota flex-fuel com o uso de etanol hidratado já se compara às tecnologias mais eficientes mundialmente em termos de emissões de GEE. A redução na pegada de carbono do etanol e os ganhos de eficiência na tecnologia veicular podem colocar o País em uma posição ainda mais privilegiada, com níveis de descarbonização muito além daqueles observados na maior parte das nações do globo.
O potencial da cadeia sucroenergética na oferta de energia de baixo carbono é enfatizada com a introdução e consolidação de novos produtos, como a bioeletricidade, o biogás, o biometano e o etanol de segunda geração. O documento aborda ainda as inovações do setor automotivo, como a eletrificação dos carros, e o primeiro ativo regulado no Brasil para compensar emissões de GEE (CBios). Trata-se de um crédito de carbono com integridade e lastro ambiental, além de sólida estrutura de governança nas etapas de emissão e comercialização. Por fim, a Unica destacou que o setor sucroenergético emprega direta ou indiretamente 2,3 milhões de pessoas e tem relação com cerca de 70 mil produtores rurais. De todo o exposto, fica evidente que o setor tem resultados efetivos e ações concretas para pautar o debate na Conferência de Clima. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.