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01/Set/2021

VIBRA e COPERSUCAR miram a transição energética

Dois pesos-pesados do setor de energia, a Vibra (ex-BR Distribuidora) e a Copersucar se juntaram para criar uma comercializadora de etanol. Ainda sem nome, a nova empresa nasce para fazer frente a um novo cenário de transição energética, concorrência acirrada e investimentos vultosos em tecnologia. A visão de especialistas é que, ao criar a nova companhia, a Vibra ainda se aproxima de uma das suas principais concorrentes, a Raízen, parceria entre a Shell e a produtora de álcool Cosan. O etanol é considerado a solução brasileira para a transição energética. Segundo a Vibra, "é o combustível do futuro". A competição por esse mercado tem se tornado mais acirrada à medida que as empresas do setor de petróleo e derivados se engajam às mudanças para uma economia de baixo carbono. Segundo a Universidade Federal Fluminense, a joint venture (empresa formada pela parceria) poderia viabilizar uma estratégia mais agressiva em renováveis, não apenas em produção de etanol usual.

Há possibilidade da Copersucar e da Vibra avançarem no mercado de biogás e de etanol de segunda geração. Além de mais limpo, esses produtos podem ter melhores margens que o insumo bruto. A Empresa de Comercialização de Etanol (ECE), como está sendo chamada a comercializadora até que seja escolhido seu nome oficial, terá 49,99% de participação da Copersucar e 50,01% da Vibra. Seu capital é de R$ 450 milhões inicialmente, mas novos aportes poderão ser feitos. A movimentação estimada para o primeiro ano é de 9 bilhões de litros de álcool combustível, o que deve gerar faturamento anual de cerca de R$ 30 bilhões. Esse volume de combustível supera o total distribuído anualmente pela Vibra, de cerca de 6 bilhões de litros, e o produzido pela Copersucar, em torno de 4 bilhões de litros. Para equiparar oferta e demanda, é possível que a comercializadora recorra ao mercado internacional. Da mesma forma, poderá exportar parte de seu produto.

A prioridade, no entanto, é o mercado brasileiro. Mesmo num cenário externo positivo, a comercialização com outros países não deve ultrapassar a marca de 20% das vendas. Este movimento é o resultado de uma mudança rápida do ambiente de competição no setor, com a aceleração do processo de transição energética no mundo e no Brasil. Segundo o Instituto de Energia da PUC-Rio, trate-se de uma estratégia de diversificação das empresas, em movimento semelhante ao foi feito anteriormente, entre Shell e Cosan. Para o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo e Gás (Ineep), com a criação da nova empresa, a Copersucar vai se inserir na cadeia do etanol, com a verticalização das atividades de produção e distribuição. No caso da Vibra, a parceria significa uma tentativa de se aproximar de uma produtora importante e preservar seu mercado de comercialização. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.