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31/Ago/2021

Carros elétricos estão ganhando espaço no Brasil

Com 1,4% de participação nas vendas totais deste ano, veículos eletrificados (híbridos e elétricos) começam a aparecer mais no portfólio das montadoras e das importadoras. Há mais de 200 opções de modelos em oferta e vários lançamentos estão ocorrendo, o mais recente deles foi o Fiat 500e, primeiro com tecnologia elétrica da marca. A previsão de vendas para este ano da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) aumentou de 28 mil para 30 mil unidades, alta de 52% em relação a 2020. O mercado total de automóveis e comerciais leves deve crescer 12%, segundo espera o setor. Em 2022, o mercado de eletrificados deve dobrar de tamanho, prevê a Bright Consulting. Até julho, foram vendidas 17.524 unidades, sendo 16.602 híbridos e 922 elétricos.

Estudo apresentado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estima que em 2035 a participação de carros eletrificados deve representar de 32% a 62% das vendas, dependendo de cenários que incluem, por exemplo, participação de governos na promoção dessa tecnologia. Entre as montadoras, apenas Hyundai e Volkswagen não têm, no momento, modelos eletrificados à venda, mas ambas prometem novidades. Essa “corrida” das montadoras também tem a ver com a obrigatoriedade de cumprir metas de eficiência energética que começam a valer em 2022. Cada carro elétrico conta quatro vezes mais pontos que um carro à combustão na hora de verificar se os índices estabelecidos no programa Rota 2030 foram atingidos.

A oferta de eletrificados ainda é elitista, com preços que variam de R$ 150 mil (JAC JS1 elétrico) a R$ 1,18 milhão (MB AMG GLE 63 híbrido). O elétrico mais vendido no primeiro semestre foi o Porsche Taycan 4S, com 154 unidades, a R$ 910 mil cada. Incluindo os híbridos, o campeão é o Corolla Cross XRX híbrido-flex, com 3.157 unidades. A Toyota é a única montadora que produz automóveis eletrificados no Brasil. Mesmo caros, os eletrificados têm atraído seu público-alvo. O esportivo Audi RS e-tron GT elétrico, que custa R$ 950 mil, teve as 15 unidades colocadas à venda em maio esgotadas em 24 horas. Em abril, 300 unidades do XC40 elétrico oferecidos pela Volvo por R$ 390 mil foram vendidas em 15 dias.

A empresa negociou mais 150 unidades com a matriz e quase todas também já foram compradas. Segundo a ABVE, boa parte das vendas está direcionada a frotistas, locadoras e empresas. No segmento de comerciais leves e caminhões, também há alta significativa nas vendas pois muitas empresas, para atenderem a critérios de ESG, estão substituindo a frota por veículos elétricos. Só a Ambev tem intenção de comprar 2,6 mil caminhões elétricos da Volkswagen, que tem produção em Resende (RJ), e da Fábrica Nacional de Mobilidade (FNM), com linha de montagem em Caxias do Sul (RS). Também estão adquirindo esse tipo de veículo a DHL, Lojas Americanas, Mercado Livre e Viveo. Também há novos movimentos para a produção local de ônibus elétricos, com o anúncio da Mercedes-Benz que vai fabricar chassis elétricos no ABC paulista.

Contudo, o Brasil está ficando para trás em relação ao mundo na eletrificação. As principais dificuldades para o mercado local são os altos impostos e a falta de política de incentivos (não necessariamente tributários). Mas, o maior gargalo é a ausência de uma política ambiental. Igual preocupação tem a Anfavea. Se a projeção de participação nas vendas em 2035 se confirmar, serão vendidos cerca de 1,3 milhão de eletrificados no País. É impossível atender a esse volume só por meio de importação. É preciso um novo ciclo de investimentos. O setor público e o privado devem se unir para definir prioridades, inclusive para o uso de biocombustíveis nessa transição, e para criar uma política clara de longo prazo para os elétricos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.