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20/Ago/2021

Cana: produção deve recuar na safra 2021/2022

De acordo com o 2º Levantamento da Safra 2021/2022 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira (19/08), a moagem brasileira de cana-de-açúcar na safra 2021/2022 (iniciada em abril) deve registrar queda de 9,5% (62 milhões de toneladas a menos) em comparação com o período anterior, para 592 milhões de toneladas. Os efeitos climáticos adversos da estiagem durante o ciclo produtivo das lavouras e as baixas temperaturas registradas em junho e julho estão entre as causas da redução, que incluem ainda episódios de geadas em algumas áreas de produção, sobretudo nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. No 1º levantamento realizado em maio (628,1 milhões de toneladas), os números já mostravam queda percentual de 4% na cana-de-açúcar em relação à safra anterior.

A pesquisa para o 2º levantamento revelou que na Região Sudeste, principal produtora do País, houve redução de 6,6% na área a ser colhida, totalizando 5 milhões de hectares, e decréscimo de 13,3% na produção, estimada em 371,5 milhões de toneladas. A Região Centro-Oeste, com área semelhante à colhida na última safra, tem volume previsto em 135,4 milhões de toneladas, 3,2% menor que a obtida na safra anterior. Na Região Sul, a pequena elevação de 0,2% na área cultivada não garantiu aumento na produção total, que pode chegar a 31,9 milhões de toneladas, com redução de 6,7% em comparação com o ciclo passado, devido à redução na produtividade. Na Região Nordeste, houve redução de 1,9% na área a ser colhida, mas o aumento de 4,2% na produtividade média deverá resultar em uma produção de 49,5 milhões de toneladas, 2,2% a mais que na safra passada.

Na Região Norte, a tendência é de manutenção da área a ser colhida e crescimento de 7,5% de matéria prima, totalizando 3,7 milhões de toneladas. Com a menor oferta de matéria-prima, haverá impactos nos derivados da cana-de-açúcar. A produção total de etanol, que engloba informações do produto à base de cana-de-açúcar e de milho, deve ser prejudicada nesta safra. O volume estimado é de 29,22 bilhões de litros, redução de 10,8% em relação ao ciclo anterior. No caso do etanol à base de cana-de-açúcar, a produção deve chegar a 25,86 bilhões de litros, redução de 13,1% em comparação à safra 2020/2021. O etanol anidro de cana-de-açúcar, utilizado na mistura com a gasolina, deverá crescer 5,6% em relação à última temporada, alcançando 9,84 bilhões de litros e para o hidratado, a previsão é de 16,02 bilhões de litros, redução de 21,6% em relação à safra anterior.

No caso do etanol de milho, a produção continua em expansão e deverá ter um aumento de 11,2% em relação à safra passada, sendo estimado em 3,36 bilhões de litros nesta temporada. O etanol anidro de milho é calculado em 1,02 bilhão de litros, 9,4% superior à temporada anterior. Para o hidratado, a expectativa é de 2,34 bilhões de litros, um aumento de 12,1% em comparação à safra 2020/2021. A produção de açúcar no País também sofre os impactos com as reduções na oferta de cana-de-açúcar. Estimado em 36,9 milhões de toneladas, o volume de açúcar previsto é 10,5% menor que o produzido na temporada anterior. Assim como no ciclo anterior, o açúcar exportado pelo Brasil nos primeiros quatro meses da safra 2021/2022 (9,5 milhões de toneladas) continua tendo como principais destinos países da Ásia e África.

Com relação ao etanol, a exportação foi de cerca de 691,1 milhões de litros no acumulado de abril a julho de 2021, o que corresponde a uma redução de 16,9% em relação a igual período do ciclo anterior. Assim como acontece com o açúcar, o etanol é afetado pelas adversidades climáticas que atingiram a produção da matéria-prima no campo. O principal destino, no acumulado dos primeiros quatro meses da safra 2021/2022, foram os Estados Unidos, país que adquiriu cerca 205,9 milhões de litros de etanol brasileiro no período, 28,9% do total exportado. A redução da oferta interna também é restringida pela queda da importação. O Brasil importou cerca de 63,3 milhões de litros de etanol no acumulado de abril a julho de 2021, uma redução de 73,3% em relação a igual período da safra passada. Com a taxação do etanol proveniente dos Estados Unidos, a quantidade importada tem como origem principal o Paraguai, que sozinho foi responsável por cerca de 99,8% de todo o etanol importado pelo Brasil no período. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.