03/Ago/2021

Em São Paulo, o volume de etanol hidratado vendido pelas usinas em julho no mercado spot foi o menor desde fevereiro de 2017, com queda de 13% frente a junho deste ano. Na comparação com julho de 2020, o recuo foi ainda mais expressivo: de 28,4%. Tal comportamento está atrelado, em algum grau, aos desdobramentos das medidas restritivas da pandemia de coronavírus no Brasil, com consequência no deslocamento das pessoas. É fato que o volume utilizado de combustíveis, de forma geral, ainda não voltou aos níveis observados em anos anteriores. Também os preços relativos entre etanol hidratado e gasolina, que têm ultrapassado o ponto tido pela maior parte dos proprietários de veículos flex como de indiferença, explicam a queda nas vendas de hidratado. A queda no volume de etanol hidratado comercializado se deve também à baixa ocorrida na modalidade de contratos: na média dos três primeiros meses do presente ano-safra, relativamente ao mesmo período de 2020, o recuo foi de 39%.

Quanto aos preços dos etanóis combustíveis, seguem firmes para o atual momento do ano-safra. A média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado foi de R$ 2,9411 por litro em julho, alta de 1,32% na comparação com junho. No mesmo comparativo, para o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro, considerando somente o mercado spot, houve ajuste positivo de 1,1% entre as médias de junho e julho, a R$ 3,3873 por litro. A média do valor mensal do preço do hidratado, considerando o período de abril a julho/2021, foi de R$ 2,8815 por litro. Para o anidro, no mesmo quadrimestre, a média foi de R$ 3,2205 por litro. Em termos reais, esses valores são 38,5% e 41,3%, respectivamente, maiores do que as médias do mesmo período de 2020 (cálculos feitos considerando como deflator o IGP-M de julho/2021). Nos últimos sete dias, o preço do hidratado está em alta. O Indicador CEPEA/ESALQ está cotado a R$ 2,9675 por litro, alta de 1,92% nos últimos sete dias.

Quanto ao etanol anidro, a variação é positiva, de 0,86%, com o Indicador CEPEA/ESALQ cotado a R$ 3,4281 por litro. O suporte vem da menor oferta no período, dado o receio das unidades produtoras quanto aos possíveis impactos das geadas em importantes regiões produtoras de cana-de-açúcar do estado de São Paulo e de outras localidades do Centro-Sul. A demanda, por sua vez, está mais retraída, com agentes fechando negócios de forma pontual. Em termos de preços relativos no elo produtor da cadeia sucroenergética, nos últimos sete dias, o valor do anidro é 10,7% maior que o do hidratado em São Paulo. O preço do açúcar é 6,3% superior ao do anidro e 17,7% maior que o do hidratado. Nas bombas do estado de São Paulo, nos últimos sete dias, a paridade entre os preços do etanol hidratado e da gasolina C é de 74,7%. As médias são de R$ 5,487 por litro para a gasolina C (recuo de 0,31%) e de R$ 4,099 por litro para o etanol (baixa de 0,63%). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.