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22/Jun/2021

Açúcar: preço está abaixo da paridade com etanol

Os preços do açúcar caíram abaixo de um indicador técnico crucial na última semana, indicando que as usinas brasileiras poderiam reduzir a produção de açúcar em favor do etanol. Os futuros do açúcar negociados na Bolsa de Nova York fecharam a semana passada a 16,66 centavos de dólar a libra-peso, ficando abaixo da paridade com o etanol pela segunda vez desde março do ano passado, quando a pandemia do coronavírus movimentou os mercados globais. As usinas no Brasil, um dos maiores produtores mundiais de açúcar, podem produzir etanol e açúcar com a safra de cana-de-açúcar do País. As usinas brasileiras tendem a aumentar a produção de uma em detrimento da outra, dependendo de qual estiver mais lucrativa. Essas mudanças na oferta podem influenciar os preços globais do açúcar. Com esse movimento, a indústria e os analistas do mercado usam o nível de paridade do etanol para julgar se as usinas vão mudar sua produção para aumentar ou diminuir a produção de açúcar.

O cálculo do nível de paridade do etanol leva em conta os preços do biocombustível brasileiro, os custos locais de transporte e força do Real brasileiro, que atingiu seu nível mais alto em um ano no mês passado, quando o Banco Central aumentou a taxa de juros. Na sexta-feira (18/06), o patamar de paridade do etanol ficou em 16,75 centavos de dólar por libra-peso, levemente acima do preço do açúcar. Foi a segunda semana em que os preços do açúcar caíram abaixo do nível de paridade desde março de 2020. Na época, a demanda por etanol foi reduzida, e com ela os preços do biocombustível. Desde então, o açúcar tem sido negociado acima dos valores do etanol, fazendo com que as usinas brasileiras tenham um incentivo a mais para produzir mais açúcar, levando a uma maior oferta. Com os preços do etanol brasileiro subindo progressivamente desde então, os preços do açúcar têm sido negociados perto do nível de paridade entre os dois, o que significa que não há mais um forte incentivo para as usinas favorecerem a produção do açúcar.

Se os preços do biocombustível continuarem subindo, isso poderá reduzir a produção de açúcar e, potencialmente, elevar os preços. Qualquer movimento das usinas brasileiras para reduzir a produção de açúcar, mesmo que levemente, pode significar uma produção brasileira muito menor do que nos anos anteriores, já que os mercados estão apertados. O clima seco e a falta de chuva prejudicaram a safra de cana-de-açúcar no Brasil, ao mesmo tempo que há uma forte demanda vinda da China. Apesar disso, as usinas brasileiras parecem relutantes em reduzir a produção de açúcar, já que aguardam para ver se os preços do açúcar permanecerão abaixo do nível de paridade do etanol. Não se sabe de uma única usina que mudou sua mistura de açúcar em favor do etanol. Presumivelmente, estão esperando para ver se a atual relação preço etanol/açúcar se tornará um fato sólido. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.