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16/Jun/2021

Cana: variedades transgênicas gerarão economia

O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) estima que o uso de variedades geneticamente modificadas (OGM) resistentes à broca gere uma economia ao produtor de R$ 500,00 a R$ 2.000,00 por hectare na safra. Duas variedades desse tipo foram aprovadas recentemente pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), o que leva o total de variedades aprovadas a seis. Há queda com custo de insumos, tanto de monitoramento da infestação quanto compra e aplicação de inseticida. Na indústria também há benefícios, já que a cana-de-açúcar com broca causa problemas no rendimento e na cor final do açúcar, por exemplo. O ganho principal é evitar as perdas que a broca causa na produtividade da cana-de-açúcar. A broca é um problema sério e de difícil controle. Nem sempre a aplicação de produtos químicos resolve. As duas primeiras variedades de cana-de-açúcar resistente à brota desenvolvidas pelo CTC, chamadas de Bt, já são plantadas por cerca de 150 usinas no Brasil; enquanto outras duas começam a ser usadas pelas usinas este ano.

As duas aprovadas mais recentemente ainda estão em fase de multiplicação. Em outras culturas, como soja e milho, o uso de material geneticamente modificado está próximo de 100%. O melhoramento genético da cana-de-açúcar é mais complexo do que o da soja e do milho, por exemplo. Há características na cana-de-açúcar que aumentam a complexidade. As variedades modificadas para resistir à broca devem levar ao menos dez anos para alcançar cerca de 80% da área brasileira. A estimativa é de uma "área de refúgio" (locais onde a variedade geneticamente modificada não é usada para evitar que a broca desenvolva resistência) de 20%. A dinâmica de adoção de novas variedades é mais lenta na cana-de-açúcar. Para milho, soja e grãos em geral, dá para se trocar 100% da variedade de um ano para o outro, na cana-de-açúcar só se reforma algo em torno de 15% do canavial por ano, e hoje em dia está se reformando menos ainda, entre 12% e 13%.

Mas, esse prazo pode ser encurtado caso novas tecnologias, como o plantio de mudas pré-brotadas (MPB), acelerem a substituição nos canaviais. A receita do CTC com as novas variedades virá de royalties. Quanto mais produtiva for a variedade, maior é o valor do tíquete médio. E a Bt é mais produtiva do que uma variedade premium porque carrega genética boa e tem ganho adicional de proteção. Não há diferença entre o açúcar e o etanol que usam cana-de-açúcar geneticamente modificada. Açúcar e etanol são moléculas puras, é sacarose ou álcool. Toda a proteína que o Bt produz é degradada no processo. É diferente de farelo de soja, por exemplo. Há o gene Bt no bagaço e um pouco no caldo, mas no processo de produção de açúcar e etanol o que sobra é a molécula pura, quimicamente definida. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.