08/Abr/2021

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o custo operacional efetivo para a safra de cana-de-açúcar 2021/2022 no Centro-Sul do Brasil deverá atingir R$ 7.283,00 por hectare, alta de cerca de 6% em relação à temporada anterior, em meio a um aumento nos preços dos insumos. O valor para formação do canavial, por sua vez, deve avançar mais de 9%, para R$ 1.407,00 por hectare. Mas, apesar do aumento nos custos, as perspectivas de boas remunerações ainda devem levar maior rentabilidade ao produtor independente, acompanhando a tendência altista das commodities agrícolas.

Boa parte da alta nos preços dos insumos advém de efeitos da pandemia de Covid-19 ao longo de 2020, como a restrição de oferta e a desvalorização cambial. Os impactos não refletiram nos custos para 2020/2021, já que os insumos para esta temporada haviam sido adquiridos em momento de preços favoráveis (entre o fim de 2019 e o início de 2020), mas acabaram incorporados, em sua maioria, na safra 2021/2022. Em janeiro de 2021, a média mensal dos preços de fertilizantes selecionados no Centro-Sul aproximava-se de R$ 2.200,00 por tonelada, ante menos de R$ 1.800,00 por tonelada no início de 2020.

Com o advento da pandemia, inicialmente ocorreu nova restrição da oferta de insumos agrícolas que logo somou-se a uma forte desvalorização cambial, rapidamente encarecendo fertilizantes e, em um segundo momento, os defensivos. A recuperação dos preços das commodities agrícolas a partir do segundo semestre de 2020 acelerou a alta dos preços dos insumos. Também chama atenção o aumento no preço do diesel, projetando uma alta expressiva nas etapas de formação do canavial e corte, carregamento e transbordo em 2021/2022. A política de preços da Petrobras segue a paridade internacional, sendo pressionada pelas cotações do dólar e do petróleo.

No acumulado de 2021, por exemplo, o valor do diesel nas refinarias da petroleira acumula alta de 36%. Ainda assim, parte do aumento de custos também é reflexo das expectativas de melhores remunerações para produtores e usinas de cana-de-açúcar na temporada, o que tende a compensar a pressão dos gastos. O preço do açúcar total recuperável (ATR) deve fechar 2021/2022 em R$ 0,868 por Kg, ante R$ 0,7655 por Kg ao final da safra 2020/2021, alta de 13,4% na comparação anual. A despeito da projeção de incremento nos custos de produção, os preços recebidos pelos produtores devem sofrer maior pressão altista. Neste sentido, a perspectiva é de aumento da rentabilidade do produtor independente de cana-de-açúcar. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.