31/Mar/2021

O preço internacional do açúcar bruto perdeu seu dinamismo e as cotações atingiram na segunda-feira (29/03) o menor nível em três meses, abaixo dos 15,00 centavos de dólar por libra-peso na Bolsa de Nova York. Há vários fatores pesando contra a commodity, em destaque o dólar norte-americano valorizado ante o Real brasileiro. O Real está novamente se aproximando da mínima histórica registrada em março. Isso aumenta o incentivo para embarque de açúcar do Brasil, maior exportador mundial. Mais açúcar subsidiado pelo governo da Índia tem chegado ao mercado. Isso aliviou o aperto de curto prazo, que no fim de fevereiro impulsionou o preço do produto para a máxima de quatro anos.

Há notícias de que a Tailândia tem exportado um pouco mais de açúcar recentemente, além do que a safra ruim poderia indicar. A curva futura também aponta para baixo. Apesar da produção um pouco menor no Brasil, onde a seca prolongada provavelmente terá efeitos colaterais, as previsões são de que mais açúcar seja produzido globalmente em 2021/2022. Na Índia, há sinais de que a produção permanecerá alta. E a União Europeia e a Tailândia devem registrar uma melhora após as últimas safras ruins. Na União Europeia, o uso limitado de vários agrotóxicos que estavam proibidos foi autorizado novamente em vários Estados-membros.

Contudo, a associação de produtores da França, tradicionalmente o maior produtor de açúcar da União Europeia, está planejando reduzir ainda mais sua área plantada com beterraba açucareira em 6%, após as experiências negativas dos últimos anos. A Associação da Indústria Açucareira da Alemanha acredita que é muito cedo para prever a área plantada, mas as condições são favoráveis para o plantio. Resta, então, a esperança de que o mercado global de açúcar, apesar do aumento da demanda que será visto quando a pandemia for amplamente superada, possa ficar mais equilibrado em 2021/2022, após contabilizar o segundo déficit consecutivo em 2020/2021. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.