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23/Mar/2021

Açúcar: elevada previsão da safra global 2020/21

O Rabobank ajustou para cima sua estimativa de déficit de açúcar na safra global 2020/2021, que começou em outubro de 2020 e vai até setembro deste ano, de 300 mil toneladas para 2,8 milhões de toneladas (valor bruto). Foram reduzidas as expectativas de produção de Índia, Tailândia e União Europeia. Os números de consumo para 2020/2021 ainda projetam um aumento de 1,4% na comparação com a temporada anterior, mas como a pandemia está longe de acabar ainda é possível que essa recuperação no consumo possa ser revisada para baixo. No Brasil, as condições atuais, altos preços em Reais de açúcar e etanol, mas possibilidade de queda das cotações do biocombustível com o fim da entressafra de cana-de-açúcar e novas medidas de restrição de movimentos, criaram um "dilema" para usinas.

Elas analisam se devem começar operações cedo (em março) para aproveitar os altos preços do etanol ou devem atrasar o início até depois do início da safra, em abril. Esta opção daria à safra de cana-de-açúcar mais tempo para se recuperar e se desenvolver após o tempo seco dos últimos 12 meses. O Centro-Sul brasileiro deverá produzir cerca de 36 milhões de toneladas de açúcar na próxima safra, que começa em abril na região, com moagem de 575 milhões de toneladas. As chuvas em fevereiro vieram significativamente abaixo da média em muitas áreas e o clima continua sendo uma preocupação. Em relação à Índia, a estimativa do Rabobank é de produção de 32,8 milhões de toneladas de açúcar na safra global 2020/2021, aumento anual de 10%, mas um pouco abaixo da previsão anterior, já que há relatos de danos à cana em Uttar Pradesh.

As dificuldades logísticas do País, que tem falta de contêineres para embarcar o açúcar, devem continuar por mais dois ou três meses, de acordo com o banco, e as exportações da safra devem ficar abaixo dos 6 milhões de toneladas (volume do subsídio governamental) em parte por causa desses obstáculos. Para a Tailândia, o Rabobank projeta 7,65 milhões de toneladas de produção de açúcar em 2020/2021, e pouco mais de 4 milhões de toneladas de exportações. Altos preços internacionais e melhores condições de plantio sugerem uma recuperação na produção de cana da Tailândia em 2021/2022. Quanto à União Europeia, a expectativa para 2020/2021 é de queda de 9,2% na produção, para 16,5 milhões de toneladas valor bruto, excluindo o etanol. Esta safra deve ser uma das piores dos últimos anos na região dadas as más condições climáticas somadas ao dano causado pelo vírus do amarelo.

Pelo lado da demanda, a China está entrando no período de baixa, mas deve voltar ao mercado depois de junho. Altos volumes de importações estão mantendo os estoques domésticos altos, o que pesa sobre preços locais. Os preços internacionais elevados estão reduzindo a margem de importação chinesa. Os contratos futuros do demerara na Bolsa de Nova York chegaram a se aproximar dos 19,00 centavos de dólar por libra-peso há algumas semanas, mas agora trabalham em torno de 16,00 centavos de dólar por libra-peso. Preocupações com a safra atual da Tailândia e problemas logísticos na Ásia e no Brasil estão dando suporte aos preços. Para a safra 2021/2022, que começa em outubro deste ano, a projeção inicial é de superávit de 1,5 milhão de toneladas. Recuperações de produção são esperadas em Tailândia, União Europeia e Austrália, além de aumentos na Índia, China e no Paquistão. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.