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11/Jan/2021

Açúcar: cenário é favorável ao segmento em 2021

O setor do açúcar deve ter bom desempenho em 2021, embora seja difícil repetir 2020, quando os preços em Reais alcançaram os maiores níveis da história. A oferta restrita do adoçante em outros importantes países produtores, em especial a Tailândia, a demanda aquecida após a pandemia da covid-19 e câmbio favorável devem impulsionar as exportações brasileiras. Outro indicativo de resultados positivos é o fato de que um grande volume de produto foi fixado antecipadamente, aproveitando os preços recordes em Reais. Nas grandes usinas, 65% da safra 2021/2022 da companhia já estão fixados, assim como entre 40% e 50% de 2022/3023, que só começa em abril de 2022. Em 2020, os preços em Reais foram maiores do que os de 2019. Agora, em 2021 estão 10% maiores do que 2020 e em 2022 outros 10% ante 2021. O volume de açúcar fixado é muito superior aos patamares históricos.

A fixação média para a próxima safra está na casa dos 60%. Em 2020, em igual período, estava em menos de 30%. Com isso, diversas usinas brasileiras garantiram parte expressiva das receitas para o ano que vem. Mesmo assim, os preços ao longo do ano ainda serão relevantes, já que 40% da safra ainda não está fixada. No momento, a principal incógnita quanto à produção brasileira de cana-de-açúcar em 2021/2022 é a condição climática no Centro-Sul. A região passou por forte seca até outubro, e desde então as chuvas começaram a se normalizar. A projeção é de uma safra menor do que a atual, mas não tão menor quanto se esperava até alguns meses atrás. A cana continua atrasada do ponto de vista fisiológico, os incêndios atrapalharam, e tudo indica que a safra 2021/2022 será menor do que a de 2020/2021. O retorno das chuvas é um sinal de que as perdas no ano que vem podem não ser tão grandes. A melhora das chuvas começa a repor parte do que ficou para trás.

Agora é preciso acompanhar como será em janeiro e fevereiro. O fato de a idade média da cana ter caído também é um bom sinal. Em relação aos preços, as duas variáveis que definem as cotações em Reais - o câmbio e os preços globais - estão indefinidas para 2021. Os futuros em Nova York serão guiados por uma série de fatores, em especial a trajetória da Covid-19 e seu efeito na demanda, e as safras dos principais países produtores, como Brasil, Índia e Tailândia. A tendência é de suporte nos futuros ao longo deste ano. Ainda há a preocupação com o tamanho da próxima safra brasileira e houve quebras na Tailândia, na Europa, na América Central e na Austrália. A Índia também vem de produção mais baixa. E o subsídio menor aprovado pelo governo indiano é um fator de suporte. O câmbio é um dos fatores mais relevantes na formação de preços em Nova York.

Se o dólar voltar a se valorizar frente ao Real, o que é uma possibilidade, os futuros poderão recuar em Nova York. Por outro lado, caso os atritos no governo acabem, o teto de gastos seja cumprido e o dólar permaneça na casa dos R$ 5, a queda pode ser limitada. Os preços em Reais do açúcar alcançaram em 2020 os maiores níveis da história, numa combinação de forte alta em Nova York e a desvalorização expressiva do Real frente ao dólar. O ano começou bem, mas à medida que o mundo se conscientizou da gravidade da Covid-19 e seu possível efeito negativo na demanda, as cotações despencaram. Em 12 de fevereiro, o contrato com vencimento em maio de 2020 em Nova York fechou a 15,06 centavos de dólar por libra-peso. Dois meses depois, dia 9 de abril, esse mesmo contrato terminou a 10,43 centavos de dólar por libra-peso - recuo de 30,7%.

Aos poucos, o mercado passou a precificar a possibilidade de baixa oferta, com safras abaixo da média em países como Tailândia e regiões como a União Europeia, a seca no Brasil, e a incerteza a respeito do subsídio para exportações da Índia. O açúcar do país não é competitivo sem subsídios, portanto, sem a aprovação da ajuda, o montante disponível no comércio global cairia. As bolsas avançaram até que, em 16 de novembro, o contrato março/2021 terminou em 15,47 centavos de dólar por libra-peso. Os preços globais refletiram também o fato de que o dólar estava em patamares altos, acima de R$ 5,50, para tornar as exportações e as fixações extremamente vantajosas às usinas brasileiras. No mercado interno, o açúcar cor Icumsa de 130 a 180 se aproximou dos R$ 110 por saca de 50 Kg, recorde nominal de toda a série histórica. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.