16/Dez/2020
Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), a moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil na safra 2020/2021, que vai de abril deste ano a março de 2021, deve ficar em 605 milhões de toneladas. O volume representa um avanço anual de 2,5% ante 2019/2020. A expectativa é que a boa qualidade da safra, com ATR de 144,7 Kg por tonelada, faça com que a oferta total de açúcares bata recorde e alcance 87,54 milhões de toneladas. Se o ATR por tonelada ficasse na média histórica, seria preciso moagem de 630 milhões de toneladas para alcançar a oferta total de açúcares projetada para esta safra. A safra deve ser mais açucareira, conforme já se esperava, por causa dos preços favoráveis do adoçante no mercado internacional.
A expectativa é de que 46,04% da moagem seja destinada ao açúcar, ante 34,33% no ciclo anterior. A produção de açúcar deve ficar em 38,4 milhões de toneladas, avanço anual de 43,49%. A princípio, a estimativa de produção era de 10 milhões de toneladas de açúcar a mais nesta safra do que na anterior, mas tudo indica que será de 11 milhões de toneladas. Isso é por causa da melhor qualidade da cana-de-açúcar. Foram produzidas 2,5 milhões de toneladas de açúcar a mais só pela qualidade da matéria-prima. A produção de etanol deve ficar em 30,44 bilhões de litros na próxima safra, recuo anual de 8,45% ante à temporada passada, quando foram produzidos 33,26 bilhões de litros. A expectativa é que sejam produzidos 9,76 bilhões de litros de anidro e 20,69 bilhões de litros de hidratado. O etanol de milho deve ter avanço de 63%, para 2,65 bilhões de litros.
A estimativa é de que 33,9% do etanol produzido na safra deve vir de empresas que produzem apenas o biocombustível, sem a opção do açúcar. Esse é um dos motivos para que o etanol ainda tenha mais de 50% do mix apesar dos preços mais favoráveis para o açúcar. Essas empresas devem ter média de receita menor na temporada. Destacam-se as exportações expressivas de açúcar, que aumentaram 70% entre janeiro e novembro, para 27,98 milhões de toneladas. Quanto ao etanol, a demanda interna deve voltar a cenário próximo do nível histórico em março do ano que vem. A previsão é de o cenário do abastecimento volte próximo à normalidade do ano passado. O consumo do biocombustível está em queda este ano por causa da pandemia de Covid-19. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.