08/Dez/2020

Segundo a Organização Internacional do Açúcar (OIA), os preços globais de açúcar continuaram avançando em novembro, embora a maior produção no Centro-Sul do Brasil e a valorização do Real tenham reduzido as altas na última semana do mês. O Preço Diário ISA, que mede as cotações spot do açúcar bruto, avançou para 14,14 centavos de dólar por libra-peso no mês passado, ante 13,73 centavos de dólar por libra-peso. Tanto na Bolsa de Nova York, que negocia futuros de açúcar bruto, quanto em Londres, onde são negociados os futuros do branco, a diferença de preço entre os contratos curtos e os longos continuaram como um fator dominante do mercado. Nas duas bolsas, os contratos março estão cotados a valores mais altos do que os que vencem em outubro.

Por causa disso, a expectativa é que, nos próximos meses, as compras já fixadas sejam feitas e as novas compras sejam adiadas, para tentar aproveitar as cotações mais baixas dos vencimentos longos. A tendência é de que isso seja observado nos portos brasileiros, já que estes têm sido os que mais entregam. No entanto, tal movimento não foi visto este mês. Outro spread relevante é o do açúcar bruto para o branco, que tem ficado relativamente mais caro. O Índice de Preços ISO de Açúcar Branco subiu de US$ 389,41 por tonelada em outubro para US$ 403,04 por tonelada em novembro. Com isso, o Prêmio Nominal de Açúcar Refinado (o diferencial entre o Índice de Preços ISO de Açúcar Branco e o Preço Diário ISA) subiu para US$ 91,36 por tonelada em novembro, ante US$ 86,64 por tonelada no mês anterior.

O aumento no prêmio do açúcar branco aumenta a percepção de que a produção de refinarias será necessária para suplementar o balanço do açúcar branco daqui em diante. Do lado técnico, os fundos de hedge reduziram sua posição líquida comprada em novembro de 211.334 lotes para 192.880 lotes. A reação de preços do açúcar na Bolsa de Nova York foi baixa se comparada ao aumento expressivo de compras desses fundos desde junho. No longo prazo, a estrutura do mercado trará lucro para os comprados, quando eles rolarem o contrato março na virada do ano, mas, por enquanto, o mercado não reagiu explosivamente às 10 milhões de toneladas de compra que esses traders acrescentaram desde o início de junho. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.