25/Nov/2020

Segundo o Itaú BBA, as usinas do Centro-Sul do Brasil devem usar as receitas volumosas da atual safra de cana-de-açúcar, 2020/2021, principalmente para desalavancagem. O ano é de importante desalavancagem. A receita deve crescer mais do que os investimentos e haverá geração de caixa, mas o investimento mais comedido ante o ano anterior, até por causa da pandemia. A safra seguinte, 2021/2022, também deve seguir essa dinâmica. É provável que o setor estará bem financeiramente em março de 2021 e muito bem financeiramente em março de 2022.

Essa tendência deve acontecer quase que independentemente dos preços do açúcar, já que as empresas aproveitaram as cotações historicamente altas do açúcar em Reais para fixar volumes para as próximas safras. Para a safra 2019/2020, a receita líquida do período foi recorde e o Ebitda também teve bom crescimento. O investimento passou de R$ 10 bilhões, chegando ao maior nível das últimas sete safras. Esse investimento foi feito com geração de caixa, o que mostra que o setor sai de um cenário de se servir de ativos, ou de extrair valor sem reinvestir, para um de investimento. A dívida líquida teve aumento expressivo, mas isso tem muito a ver com a valorização do dólar ante o Real entre março de 2019 e março de 2020. Apesar da dívida alta, a alavancagem caiu, portanto o Ebitda cresceu mais do que a dívida. A tendência de aumento da desigualdade entre usinas se manteve.

As empresas com melhores condições conseguem se expandir, e as em posição mais frágil avançam menos. Para a próxima safra, 2021/2022, o cenário é positivo para os preços do etanol no Brasil, que devem se recuperar após queda expressiva durante a pandemia de Covid-19. O açúcar deve manter os bons altos porque, apesar de um mix mais açucareiro no Brasil, ainda deve haver déficit global. A indicação é adiantar a fixação das próximas safras, especialmente quando é considerado os preços da tonelada em Reais. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.