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03/Nov/2020

Etanol: momento favorável ao Brasil na exportação

Embora a Associação de Combustíveis Renováveis dos Estados Unidos tenha pedido tarifas recíprocas para a importação de etanol brasileiro, o Brasil tem exportado mais o biocombustível por ser competitivo. A combinação de baixo preço doméstico e dólar valorizado ante o Real abriu espaço ao País neste mercado e não tarifas, lembrando que os norte-americanos ganharam do governo brasileiro a prorrogação, até dezembro, da cota para mandar para cá o etanol sem Tarifa Externa Comum (TEC) de 20%. Mesmo com essa "vantagem" o etanol dos Estados Unidos tem chegado em menor volume. Nos oito primeiros meses de 2020, antes mesmo do fim da cota de importação do Brasil (ela perderia a validade inicialmente em agosto), as compras já haviam caído 20% no ano. Os preços para importação não compensam desde abril, com a depreciação forte do Real. Isso vale também para o biocombustível negociado dentro da cota.

Parece que a reclamação da associação norte-americana é um pouco para se aproveitar do momento. O preço do etanol no exterior está mais alto do que no Brasil. Nem mesmo os norte-americanos querem vender para o Brasil neste momento por causa do preço mais baixo. Há dúvidas sobre por quanto tempo o biocombustível nacional será competitivo ante o norte-americano, visto que produto vem se valorizando com a recuperação da demanda interna após o período mais grave da Covid-19. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), o anidro (usado na mistura com gasolina) avançou 14,08% nas usinas de São Paulo entre a semana encerrada em 18 de setembro e a finalizada em 23 de outubro, subindo de R$ 2,0855 por litro para R$ 2,3792 por litro. A S&P Global estima que, na semana de 23 de outubro, o preço do anidro em Suape (PE) estava em R$ 2.795,00 por metro³, 25,9% mais alto do que no mesmo período de 2019. A maior parte das importações brasileiras vai para as Regiões Norte e Nordeste, onde há déficit de produção do biocombustível.

A tendência é que nas próximas semanas, ou até fim do ano, ocorram importações. As exportações brasileiras de etanol dispararam este ano e ajudaram a segurar o mercado nos piores meses da pandemia, quando o consumo interno teve forte queda. De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), entre 1º abril e 16 de outubro o Centro-Sul brasileiro exportou 1,513 bilhão de litros, 30% mais que em igual período de 2019. Em setembro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) as exportações brasileiras somaram 293 milhões de litros, volume 30% maior do que no mesmo mês de 2019. A maior parte do etanol que o Brasil exporta vai para os Estados Unidos. Por outro lado, as importações vêm caindo. A associação norte-americana destaca que desde maio não há embarques do biocombustível do país para o Brasil. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.