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26/Out/2020

Etanol: RFA dos EUA quer taxar compras do Brasil

Com a perspectiva do fim da isenção de imposto sobre a importação de etanol dos Estados Unidos pelo Brasil, a Associação de Combustíveis Renováveis do país (RFA) enviou carta ao presidente Donald Trump defendendo a adoção de tarifas recíprocas sobre o produto brasileiro. Parece provável que o Brasil permitirá que a cota temporária de isenção de tarifas expire novamente em 14 de dezembro, e então uma tarifa de 20% (ou mais) pode ser aplicada a toda a importação de etanol dos Estados Unidos. O setor argumenta que o desequilíbrio no comércio do biocombustível ficou evidente nos últimos meses. Importações norte-americanas de etanol brasileiro aumentaram, com novos embarques chegando a portos dos Estados Unidos em 9 das últimas 12 semanas.

Importações de etanol brasileiro desde o início deste ano superam as do mesmo período de 2019 em 15% e estão no maior patamar dos últimos sete anos. Por conta disso, a RFA diz na carta a Trump que ficou claro que o Brasil não compartilha mais do desejo da indústria norte-americana de um mercado de biocombustíveis livre e aberto. Em setembro, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou a prorrogação, por mais 90 dias, da cota pela qual os Estados Unidos podem exportar etanol sem tarifa para o Brasil. O volume da cota é de 187,5 milhões de litros para os três meses. Até o início de setembro, o País concedia uma cota de 750 milhões de litros por ano para importação do biocombustível sem taxa, cota essa que expirou em agosto. A partir de então, o etanol vendido pelos Estados Unidos ao Brasil passou a pagar tarifa de 20%. A taxa vigorou até a extensão da cota em meados do mês passado.

Como contrapartida à abertura para o etanol norte-americano, o Brasil busca conseguir abertura para o açúcar nacional. Um fator que complica as negociações, no entanto, é que no Brasil, tanto etanol quanto açúcar são feitos principalmente à base da cana-de-açúcar. Nos Estados Unidos, são grupos diferentes, pois o etanol é produzido, em sua grande parte, a partir do milho. O comunicado descreve o pedido de tarifas para o Brasil como uma busca por reciprocidade e justiça no comércio de etanol. A entidade afirma que, infelizmente, não parece estar havendo mais progresso em direção à eliminação das políticas comerciais protecionistas para o etanol e ao retorno da relação livre e justa que os Estados Unidos tinham com o Brasil no comércio do biocombustível. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.