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20/Out/2020

RenovaBio: CBios atraem investidores voluntários

Os últimos quatro meses de experiência de negociação dos Créditos de Descarbonização (CBio) na B3 estão sendo observados com atenção por investidores que têm interesse de participação em mercados mais amplos de carbono. Embora a participação desses agentes nas negociações dos papéis ainda seja marginal, a percepção no mercado financeiro é que a experiência pode atrair novos investidores e ainda impulsionar o desenho de novos mercados “verdes” voluntários.

Segundo o Fórum de Serviços Fiduciários da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), o CBio é um ativo ambiental, não financeiro, nem mobiliário. Assim, quem compra os papéis seria movido mais pelas preocupações ambientais, sociais e de governança (ESG) do que com um objetivo imediato de ganho financeiro. Esse é um ativo que tem muito potencial para se desenvolver, na medida em que os investidores tomem mais contato com ele. Deve ganhar espaço e pegar tração futuramente até como um ativo de mercado.

O mercado de CBios não é regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nem pelo Banco Central. Quem faz o papel de regulador hoje é o Ministério de Minas e Energia (MME). Segundo o Santander, já há fundos multimercado que compraram CBios, além de investidores com metas ESG. Já existe esse movimento de mercado secundário. O movimento começou no início de outubro, no momento em que acelerou a valorização dos ativos.

Para o Santander Brasil, a experiência do RenovaBio oferece um modelo para a criação de um mercado de carbono voluntário, que está sendo discutido. A perspectiva é de desenvolvimento em dois a três anos. Um mercado voluntário atrairia empresas do exterior ou mesmo nacionais que já vêm divulgando compromissos voluntários de emissões neutras de carbono ou que participam de acordos regulados para reduzir emissões.

O aumento do desmatamento e das queimadas no Brasil não deve afastar os investidores. Pode ocorrer o contrário. Isso traz uma atenção para o tema. O setor privado vem tomando protagonismo nas questões ambientais como nunca nos últimos anos. Fonte: Valor Econômico. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.