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07/Out/2020

Açúcar: maior preço futuro desde março deste ano

Os preços de açúcar demerara na Bolsa de Nova York alcançaram, nesta terça-feira (06/10), o maior nível desde o início de março, impulsionados por problemas na oferta. No entanto, uma nova onda de lockdowns e o aumento da produção do Brasil podem frear o avanço. Os preços subiram cerca de 15% no último mês, ao patamar de 13,80 centavos de dólar por libra-peso, maior cotação desde 3 de março. Os preços do açúcar superaram os de outras commodities soft, como café e cacau, nos últimos três meses, e aumentaram quase 47% desde o recuo ao patamar de 9,40 centavos de dólar por libra-peso em abril, o menor em doze anos. Problemas na oferta ajudaram os ganhos. O tempo seco na Tailândia reduziu a produção em cerca de 40% na safra terminada em 2020. Na União Europeia, problemas climáticos e um vírus destrutivo atrapalharam a produção de beterraba.

Agora, o crescimento de casos de Covid-19 na Europa e em partes do Oriente Médio levou a novas imposições de lockdown, deixando os consumidores em casa e longe de ambientes como salas de cinema e eventos esportivos, onde o consumo de açúcar tende a ser alto. A queda na demanda e o aumento da produção no Brasil podem retardar a recuperação dos preços. Há um equívoco de que a demanda é alta porque todos têm fome em casa e estão comprando doce e açúcar para colocar no café. O uso doméstico não está alcançando o consumo de antes da pandemia. É difícil estimar o consumo de açúcar, mas a demanda costuma estar ligada ao crescimento econômico em mercados emergentes. A produção volumosa do Brasil também pode pesar sobre os preços. Cotações baixas do petróleo levaram os produtores brasileiros a converter uma maior parte da safra de cana-de-açúcar em açúcar. Cerca de 46% da safra será processada para a produção de açúcar na próxima safra, ante 35% no ano passado, segundo estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

O restante irá para etanol. Uma entrega historicamente alta contra o contrato outubro na Bolsa de Nova York no mês passado, quase inteiramente do Brasil, levantou preocupações de que a demanda internacional possa estar menor do que se pensava anteriormente. Entregas na bolsa frequentemente significam falta de demanda por parte de compradores como fabricantes de doces e refrigerantes. Um fator pode elevar os preços ainda mais: problemas logísticos. Quebras em safras de cana-de-açúcar podem reduzir a produção em 13% em 2021, de acordo com uma pesquisa recente da Corporação de Usineiros de Açúcar da Tailândia. A Índia espera uma safra volumosa este ano, mas a falta de clareza no subsídio do governo necessário para tornar exportações lucrativas pode causar atrasos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.