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14/Set/2020

Etanol: Brasil pretende renovar cota para os EUA

O governo brasileiro negocia com os Estados Unidos a divulgação de um comunicado conjunto que acene para um acordo acerca do comércio de etanol e açúcar entre os dois países. O presidente Jair Bolsonaro pretende renovar por três meses a cota de isenção para a importação de etanol norte-americano, que venceu em agosto, mas essa decisão ainda estaria dependendo deste comunicado. Deverão ser estipuladas novas cotas mensais de 62,5 milhões de litros, ou 187,5 milhões de litros para os três meses. O montante é equivalente à cota que vigorava até o fim de agosto. A renovação da cota de isenção para importação de etanol dos Estados Unidos abriu uma disputa no governo brasileiro e colocou em lados opostos os Ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores.

O chanceler Ernesto Araújo defende a prorrogação para dar mais prazo à negociação do acordo, mas a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, assim como os produtores de cana-de-açúcar, é contrária à renovação da cota e quer utilizar a cobrança em vigor da tarifa como instrumento de pressão para que saia o acordo, que já vem sendo discutido há mais de um ano. Em troca da isenção de tarifas para o etanol dos Estados Unidos, os brasileiros querem aumentar a exportação sem taxas do açúcar do Brasil para o país norte-americano. Bolsonaro estaria convencido da necessidade da renovação da cota. A avaliação, no entanto, é que, depois de mais de um ano de negociações, um comunicado dos Estados Unidos que informe a intensificação das conversas nos próximos três meses seria importante para apaziguar os ânimos dos produtores brasileiros.

O presidente vem sofrendo pressão de parlamentares da Região Nordeste, destino do etanol norte-americano, pela não renovação da cota. O assunto poderia entrar em reunião do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) ou ser decidido em reunião extraordinária da câmara nesta semana. Desde o início deste mês, todo o etanol vendido pelos Estados Unidos ao Brasil paga tarifa de 20%. Até então, havia uma cota de 750 milhões de litros por ano que poderia ser exportada sem taxa, cujo prazo expirou em agosto. A questão do etanol é sensível para a campanha de reeleição do presidente Donald Trump, que quer os votos do chamado Corn Belt, onde é produzido o milho, do qual é feito o etanol dos Estados Unidos.

No início de agosto, Trump, sem dar detalhes, ameaçou retaliar o Brasil pela cobrança de taxas sobre o etanol e disse que era necessária uma equalização de tarifas. Para os brasileiros, etanol e açúcar são derivados da cana-de-açúcar e uma isenção de tarifas na compra do açúcar brasileiro seria ideal, o que permitiria a contrapartida de isenção do etanol norte-americano. Nos Estados Unidos, porém, são dois lobbies distintos, já que lá o açúcar é feito de beterraba e o etanol, de milho. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.