10/Set/2020

A possibilidade de oferta robusta de açúcar da Índia no mercado global, com a perspectiva de manutenção dos subsídios à exportação no país, deve gerar uma pressão sobre os preços internacionais. A projeção é de que as cotações fiquem mais baixas, ainda que a Organização Internacional do Açúcar (OIA) tenha estimado uma produção global aquém da demanda na temporada 2020/2021. A Índia deve repetir pelo terceiro ano consecutivo a concessão de subsídios para exportação de açúcar, com objetivo de reduzir os estoques do país e evitar que os preços internos caiam abaixo do nível determinado como meta. Além disso, a situação das usinas, após a pandemia do novo coronavírus, é de acúmulo de atrasos nos pagamentos aos produtores de cana-de-açúcar, em virtude de problemas de liquidez.

Para a temporada 2020/2021, a safra deve ser significativamente maior do que a do ciclo anterior, o que pode elevar a produção de açúcar em cerca de 4 milhões de toneladas, para mais de 31 milhões de toneladas. A demanda, por outro lado, é estimada em 26 milhões de toneladas. A perspectiva de crescimento na produção da commodity tem como base o período das monções, que trouxe boas chuvas para as principais regiões produtoras. Para metade do país, esta chuva natural é a única fonte de umidade. Em 2019/2020, a Índia exportou 5,5 milhões de toneladas de açúcar, possibilitados pelos subsídios à exportação. Entretanto, os estoques no país continuam altos. O avanço da pandemia do novo coronavírus no país, que superou o Brasil nesta semana em número de infectados pela doença, derrubou o consumo de açúcar no mercado interno. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.