02/Set/2020
De acordo com o relatório trimestral divulgado nesta terça-feira (1º/09) pela Organização Internacional do Açúcar (OIA), nos últimos três meses, os valores do açúcar no mercado mundial aumentaram em cerca de 20%. A média do preço diário ISA do demerara na primeira quinzena de agosto estava em 13,08 centavos de dólar por libra-peso, enquanto a do índice de açúcar refinado ISO, em US$ 375,00 por tonelada.
Embora este movimento recente seja contrário às perspectivas fundamentais para a temporada 2019/2020, onde o déficit diminuiu significativamente, ele encontra ressonâncias óbvias nas preocupações com o acesso aos alimentos e uma situação de oferta global que parece depender quase exclusivamente do Brasil. O comportamento também pode sugerir que a queda de 31% nos preços relatada em maio tenha se tratado de um overshooting.
As sinalizações de investimento em carteira estão cada vez mais voltando a um posicionamento otimista no mercado de açúcar, com uma oscilação de mais de 200 mil lotes. Já a partir de uma perspectiva mais de baixa, o enfraquecimento do Real fará com que as usinas continuem a ter hedge para o açúcar, enquanto uma queda recente no prêmio nominal do açúcar branco poderia moderar o interesse dos refinadores em aumentar a produção para reexportar.
Por último, o acréscimo ao estoque, que foi realizado após o consumo reduzido durante o período de bloqueio da Covid-19, retornará ao mercado assim que esta pandemia terminar. Um déficit global menor indica uma queda reduzida dos estoques globais. A estimativa atual implica uma retirada reduzida de apenas 414 mil toneladas, abaixo dos 8,965 milhões de toneladas previstos em maio.
Com isso e com a redução do consumo global há vários anos, a previsão da relação estoque/consumo final se situa em 56,74%, percentual superior ao de 2018/2019 devido ao menor consumo total neste ano. Esta é uma grande mudança em relação aos 47,85% projetados em maio. Enquanto isso, a recuperação do consumo e o maior déficit em 2020/2021 levarão essa estatística a cair para 54,91% no próximo ciclo. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.