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01/Set/2020

Etanol: queda no volume negociado de hidratado

Em agosto, o volume de etanol hidratado comercializado foi o maior da temporada 2020/2021 (que se iniciou oficialmente em abril). Na comparação com julho, a elevação foi de 20,6%. Porém, frente a agosto de 2019, houve queda de 12,7%. Considerando-se as últimas quatro temporadas, o volume de agosto deste ano foi 42% menor que o mesmo mês de 2018 e 14,4% abaixo do registrado no mesmo período de 2017. Por outro lado, o volume de hidratado negociado em agosto de 2020 está acima do mesmo período de 2016 (11%) e 2015 (10%). No acumulado da temporada 2020/2021 (de abril a agosto), o volume de etanol hidratado comercializado registrou forte queda de 43% frente ao mesmo período do ano-safra 2019/2020. Isso se deve principalmente à menor demanda, causada pela redução da mobilidade, devido à pandemia, que vem se estendendo desde março.

Quanto ao etanol anidro, por outro lado, o volume comercializado na modalidade spot (de abril a agosto deste ano) apresenta crescimento de 64,8% em relação ao mesmo período da temporada anterior. O principal responsável por esse aumento foi a queda no percentual de anidro comercializado por meio de contratos, o que está relacionado à alteração da exigência de contratação específica para a safra 2020/2021. Além disso, a demanda por anidro dos Estados das Regiões Norte e Nordeste, no período de entressafra naquela região, foi suprida pelo produto do Centro-Sul, incluindo o estado de São Paulo. Quando se observa o volume comercializado de anidro no spot em agosto, a quantidade deste ano mais que dobrou em relação ao mesmo período de 2019. A média dos valores das semanas cheias do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado foi de R$ 1,7184 por litro em agosto, alta de 4,99% na comparação com as semanas cheias de julho.

Para o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro, o aumento foi de 5,08%, com média de R$ 1,9509 por litro no spot. Especificamente nos últimos sete dias, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado combustível está cotado a R$ 1,8095 por litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), avanço de 4,63% nos últimos sete dias. No caso do anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ está cotado a R$ 2,0404 por litro (sem PIS/Cofins), elevação de 4,98% no mesmo comparativo. Os vendedores se mantêm firmes nos preços dos dois etanóis. Aproveitando o movimento de alta, algumas unidades produtoras que estavam fora do mercado voltaram a comercializar. No entanto, mesmo com esse retorno de usinas, o volume negociado de etanol hidratado caiu 11% frente ao período anterior. Distribuidoras, de modo geral, mantiveram-se recuadas, especialmente no início da semana passada.

Porém, algumas delas estão de volta ao mercado para compras com retiradas futuras (em setembro e outubro), apreensivas quanto à possível continuidade da alta nos preços nas próximas semanas. De fato, há um sentimento altista no mercado de combustíveis fósseis atrelado à expectativa de menor produção de petróleo no Golfo do México e às chegadas do furacão Marco e da tempestade tropical Laura, que podem ameaçar a produção do combustível fóssil nas refinarias dos Estados Unidos e elevar o preço do petróleo e dos derivados. Esse possível aumento pode, em alguma medida e com alguma defasagem, impactar o mercado de etanol no Brasil, considerando-se o alto grau de substituibilidade entre esses dois combustíveis na frota flex do território nacional. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.