07/Ago/2020

A consultoria StoneX revisou para baixo a perspectiva de moagem de cana-de-açúcar na Região Centro-Sul ao fim da temporada 2020/2021, para 595,3 milhões de toneladas. O volume corresponde a uma queda de 0,4% ante o projetado anteriormente, mas ainda é 0,8% superior ao verificado na safra 2019/2020. As estimativas para o mix produtivo, entretanto, permaneceram inalteradas, em 47,2% para a fabricação do açúcar. As condições climáticas nas principais regiões produtivas do País continuam no foco do mercado. As precipitações no Centro-Sul brasileiro em junho e julho avançaram 16,4% na comparação com o mesmo período do ano passado, para 46,3 milímetros, embora continuem 29,6% abaixo da média dos últimos dez anos. Nesse sentido, o clima mais seco, que pode reduzir a produtividade dos canaviais, levou à revisão para baixo na previsão de processamento.

É preciso destacar que a redução nas estimativas de moagem da matéria-prima foi limitada pelo desempenho climático em algumas mesorregiões específicas, como as áreas de Presidente Prudente e Assis, ambas em São Paulo, como exemplo. Apesar da menor expectativa de moagem, o mix produtivo esperado para a temporada não sofreu alterações. A redução no volume de cana-de-açúcar que será processada deve ter impacto limitado sobre a produção de açúcar por usinas do Centro-Sul na temporada atual. A perspectiva é de que a produção de açúcar alcance 37,3 milhões de toneladas ao fim da safra. Além disso, a previsão é de reversão do mix para o etanol, característica dos últimos meses da temporada, mas deve ser menos acentuada no ano comercial 2020/2021, ainda que seja observada uma recuperação na demanda pelo biocombustível após a pandemia de coronavírus.

Com isso, a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar é estimada em 25,8 bilhões de litros, volume 18% abaixo do registrado na safra 2019/2020. Do total, 18 bilhões de litros devem ser de etanol hidratado e 7,8 bilhões de litros de anidro. Além disso, o relatório prevê um volume de etanol de milho 5,2% maior do que o esperado na projeção passada, para cerca de 2,4 bilhões de litros, 46,3% superior ao verificado no ciclo anterior. A projeção para o ATR médio, que mede a concentração de açúcares na cana-de-açúcar, foi revisada. A nova projeção aponta alta de 0,3 Kg por tonelada em relação ao projetado antes, para 139,5 Kg por tonelada, o equivalente a 0,6% mais do que em 2019/2020. A revisão para alta se deu em função da maior qualidade das lavouras colhidas no cinturão canavieiro do País. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.