29/Jun/2020

Segundo o Rabobank, em relatório trimestral, a estimativa de déficit global de açúcar na temporada 2019/2020, de outubro de 2019 a setembro de 2020, foi reduzida de 6,7 milhões de toneladas para 4,3 milhões de toneladas. A revisão ocorreu por causa de uma retração nas previsões de consumo durante a temporada, em consequência dos efeitos do novo coronavírus. Para a safra 2020/2021, a projeção de superávit foi elevada de 600 mil toneladas previstas no relatório anterior para 900 mil toneladas agora. Quanto ao consumo, a projeção é de uma redução em torno de 1%, especialmente por causa do avanço da doença em países como a China, Índia, Indonésia e Brasil. Outros países, como México e Estados Unidos, devem ter um impacto menor na demanda à medida em que o forte consumo de refrigerantes ameniza a retração nas compras de açúcar para o setor de bebidas.

Na safra 2019/2020 da Índia, o consumo deve ser 3,4% menor do que o registrado na safra anterior, em função da retração nas vendas dos estabelecimentos de food service durante a pandemia. Para a safra 2020/2021, a projeção aponta para uma recuperação à medida em que o país retornar ao "novo normal". Nesse sentido, a produção indiana na safra 2020/2021 é estimada em 33,5 milhões de toneladas, o que corresponderá a uma alta de 16% ante a temporada anterior. Na Tailândia, onde o clima seco afetou os canaviais, a estimativa é de uma produção em torno de 8,15 milhões de toneladas em 2020/2021, 5% abaixo do que o esperado na temporada atual e 47% inferior ao volume fabricado na safra 2018/2019. As exportações da safra 2019/2020 estão em linha com as da última temporada, tendo em vista a forte demanda e os elevados estoques. Essa disponibilidade de exportação deve aumentar acentuadamente no final de 2020 e início de 2021.

Na China, a produção deve chegar a 10,4 milhões de toneladas, enquanto para o consumo é projetada uma queda de 500 mil toneladas a 1 milhão de toneladas em relação à temporada anterior, mesmo que esteja sendo observada uma recuperação na demanda desde maio. As estimativas de produção de açúcar na União Europeia na safra 2019/2020 foram mantidas em 17,6 milhões de toneladas, embora tenha reduzido as projeções para a safra 2020/2021 em 1 milhão de toneladas. A redução ocorre por causa de uma expectativa de corte de 2,5% na área plantada. A pandemia afetou o consumo da commodity na safra 2019/2020, mas ainda não se sabe a extensão desses impactos no mercado, especialmente com possibilidade de uma segunda onda de infecções. Nesse cenário, três fatores devem ser determinantes para o mercado global: o mix sucroenergético adotado pelas usinas brasileiras; as políticas de exportação da Índia e os elevados prêmios sobre o açúcar branco. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.