11/Mai/2020

Os futuros de açúcar demerara fecharam em queda na sexta-feira (08/05) na Bolsa de Nova York, em uma sessão de forte volatilidade. Após oscilar entre os campos negativo e positivo, o vencimento julho perdeu 4 pontos (0,39%) e fechou a 10,29 centavos de dólar por libra-peso. As cotações do açúcar refletiram a incerteza do mercado diante da crise no setor de combustíveis provocada pela pandemia de coronavírus e pela queda abrupta nos preços do petróleo.

Em relação ao Brasil, os investidores se atentam à declaração feita pelo presidente Jair Bolsonaro, no dia 7 de maio, de que não aumentará a Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide), incidente sobre a gasolina, para ajudar o setor sucroalcooleiro. O incremento da Cide é uma das principais solicitações do setor, que vem sofrendo com a retração nos preços e no consumo do biocombustível.

A afirmação alimentou a perspectiva persistente de aumento do mix açucareiro para a safra brasileira de 2020/2021, uma vez que a ausência de medidas de auxílio do governo não minimiza as perdas das usinas com a produção de etanol. Apesar do recuo, em parte do pregão, os contratos chegaram a inverter o sinal para o campo positivo, influenciados pelos sinais macroeconômicos altistas.

A recuperação do petróleo nas bolsas internacionais forneceu alguma força, já que melhora a competitividade relativa do etanol e pode influenciar no mix alcooleiro do Brasil. Além disso, o recuo do dólar ante o Real, que torna as exportações brasileiras menos atraentes para as usinas, também contribuiu para o leve impulsionamento do adoçante em parte da sessão. Os fatores, entretanto, não foram suficientes para manter os preços do açúcar em trajetória de alta.