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07/Mai/2020

Açúcar: exportação poderá ser recorde nesta safra

O resultado das exportações brasileiras de açúcar em abril confirma as perspectivas de forte aumento no mix açucareiro e indica a possibilidade de embarques recordes para a safra de 2020/2021. A expectativa de aumento nos volumes embarcados para o exterior vai ao encontro do movimento de maior utilização de cana-de-açúcar para a produção de açúcar em detrimento do etanol. Movimento este que teve início com o cenário de queda abrupta nos preços do petróleo e do etanol, além da retração acentuada na demanda como efeito das medidas de contenção ao novo coronavírus. Além disso, a disparada do dólar ante o Real também favorece as usinas brasileiras exportadoras. A safra vai ser muito açucareira e com fortes exportações justamente porque é o segmento que melhor remunera o mercado neste momento.

A receita obtida com exportações de açúcar bruto e refinado do Brasil em abril somou US$ 475 milhões, valor 7,73% maior do que o registrado em março e 33,80% superior à do mesmo mês de 2019, de US$ 355 milhões. Segundo levantamento da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), na primeira quinzena da safra 2020/2021, as usinas brasileiras produziram 948 mil toneladas de açúcar, uma alta expressiva de mais de 170% ante igual período do ano anterior. Por outro lado, há uma preocupação do mercado quanto a possíveis gargalos na cadeia logística de exportação de açúcar, tendo em vista a perspectiva positiva para as safras de grãos. O Brasil pode ter dificuldades na exportação, como em 2016. A diferença é que de lá para cá melhorou a infraestrutura, como, por exemplo, o aumento da relevância do transporte ferroviário para os portos, facilitando o escoamento da safra.

Embora possa atrasar algumas entregas e aumentar o custo do frete, a simultaneidade das exportações brasileiras de açúcar, soja e milho não vai impedir que os embarques ocorram em bases adequadas. O fato de as usinas da Região Centro-Sul, que concentram a maior parte das vendas de açúcar para o mercado externo, exportarem mais no período de outubro a março pode fornecer algum alívio em relação à safra anual de grãos. O cenário de crise em que está o setor sucroenergético também não deve afetar de forma significativa os embarques. Cerca de um quarto das usinas brasileiras se encontra em situação financeira frágil, mas essas empresas são mais focadas no mercado interno e na comercialização no spot, de vendas à vista. Nesses casos, o momento atual pede um financiamento para garantir a estocagem de etanol e viabilizar uma recuperação na saúde financeira do setor. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.