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06/Mai/2020

Etanol: mercado espera intermediação do governo

O mercado espera que o governo faça a mediação na disputa entre os revendedores de combustíveis e os usineiros produtores de etanol, que reivindicam aumento de impostos e taxas de importações de combustíveis para não perderem a competitividade diante do preço mais em conta da gasolina. Há expectativas de que o presidente Jair Bolsonaro tome medidas para não travar as duas cadeias em um momento de queda de demanda provocada pelo isolamento para o combate ao novo coronavírus. Não se pode criar uma nova crise entre os dois setores. É importante que o governo faça algo para que as duas cadeias não travem. Com a redução do preço do barril do petróleo, os usineiros que produzem etanol da cana-de-açúcar pedem aumento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina. Eles afirmam que perderam competitividade e que viram as vendas caírem pela metade com a queda dos preços do petróleo.

Os revendedores se dizem surpresos com a intenção do governo de aumentar os impostos da gasolina em meio à pandemia do novo coronavírus, alta que afetará os consumidores. Na semana passada, o deputado federal integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) afirmou que o governo federal decidiu elevar a tributação sobre a gasolina. Segundo Jardim, serão R$ 0,20 por litro mais na Cide e taxação de 15% sobre qualquer gasolina importada. Atualmente, a cobrança da Cide é de R$ 0,10 por litro do combustível. O deputado usou as redes sociais para informar que haverá uma linha de financiamento para a estocagem no setor de etanol. O deputado afirmou ainda que as decisões do governo foram tomadas após intensas negociações junto a entidades do setor e a FPA. Os revendedores acreditam que esse momento não é adequado para elevar impostos. A sugestão é diminuir outros impostos do álcool para aumentar sua competitividade, como por exemplo o PIS/Cofins.

A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) e os sindicatos do setor da revenda enviaram ofício ao presidente Jair Bolsonaro solicitando que o governo não aumente o imposto da gasolina, conforme pede o setor sucroenergético. O aumento viria em um momento inoportuno para a revenda de combustíveis, que também está em crise, com uma queda vertiginosa nas vendas, entre 50% e 75%, em média, assim como para os demais elos da cadeia de combustíveis. Os revendedores estão vendo as vendas caírem e também há uma indústria grande que depende do petróleo refinado. Mas, há de se levar em conta que não se pode deixar um projeto de matriz energética renovável para trás. O Brasil é um país que apresenta uma solução alternativa que passa pelos biocombustíveis. A utilização da matriz energética é mais de três vezes a média global de fontes renováveis. E, com a queda abrupta do petróleo, há um estímulo a menos para o uso do biocombustível como o etanol. Isso tudo deve ser discutido. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.