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29/Abr/2020

Etanol: setor espera medidas de apoio do governo

O Fórum Nacional Sucroenergético (FNS) avalia que a crise no setor, provocada pela pandemia de coronavírus, é a maior desde a criação do Programa Nacional do Álcool (Próalcool). A expectativa é de que o anúncio de medidas de auxílio pelo governo ocorra o mais rápido possível. A implementação das solicitações representaria um importante sinal de que as autoridades estão atentas aos problemas na cadeia sucroalcooleira e levaria um sentimento de maior segurança para os produtores. As usinas precisam de fôlego e de capital de giro. O setor está aguardando essas medidas. As principais solicitações dos produtores envolvem três medidas que precisam ser vistas como complementares para que os efeitos da crise sejam minimizados.

A linha de financiamento para estocagem pode possibilitar que os produtores aumentem os limites de armazenamento de etanol por pelo menos três meses, quando é esperada uma retomada na demanda e, consequentemente, nas vendas. O aumento da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide), incidente sobre a gasolina, pode melhorar a competitividade relativa do biocombustível, apesar do prazo mais longo para entrar em vigor. A redução ou isenção do PIS/Cofins sobre o etanol é a solicitação que começaria a valer em um prazo mais curto e poderia acalmar o setor. O anúncio de que o governo está atento à cana-de-açúcar já foi positivo, mas a implementação de qualquer dessas medidas vai dar um horizonte para as usinas.

A queda de mais de 50% na demanda por combustíveis derrubou os preços do etanol para abaixo dos custos de produção e vem prejudicando especialmente as usinas da Região Centro-Oeste, onde o mix sucroalcooleiro é mais voltado para a produção do biocombustível e alguns produtores nem fabricam o açúcar. Muitas usinas entraram na crise já em recuperação judicial, com endividamentos anteriores, e a distância dos portos não torna viável uma migração expressiva do mix para mais açucareiro. A maior preocupação é a coincidência da crise com o início da safra 2020/2021 de cana-de-açúcar. O período costuma ser de acerto dos gastos com o plantio e preparações para a safra, já que as vendas na entressafra são mais fracas. A venda era de 2 bilhões de litros de etanol por mês, mas agora não deve alcançar nem 1 bilhão. Por outro lado, a cana-de-açúcar está pronta e, depois de colhida, há apenas 48 horas para processar. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.