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17/Abr/2020

Cana: cenário baixista para setor sucroenergético

O contexto para o setor sucroenergético deve continuar baixista, tendo em vista a retração da demanda por causa das medidas restritivas decorrentes da pandemia de coronavírus e a queda nos preços do petróleo, que foram pressionados pelas disputas entre Arábia Saudita e Rússia e pela redução na demanda por combustíveis. A desvalorização álcool, especialmente do hidratado, a redução nos preços da gasolina e a perda de competitividade de etanol ante o açúcar pode levar o Brasil para uma safra mais açucareira neste ano. Os principais fatores de atenção para o mercado de etanol são a demanda e os preços, já que o cenário é de sobreoferta por causa do elevado patamar de estoques e também pela retração no consumo ter sido bem mais acentuada do que a queda na produção.

Se o consumo no ciclo Otto cair 10%, o processamento de cana-de-açúcar nas usinas pode ser reduzido e a tendência é de que o mix açucareiro brasileiro seja maior do que nos últimos anos. Nesse cenário, o mix açucareiro potencial deve ficar em 46,3%, com uma produção de adoçante de 35,8 milhões de toneladas. Em relação ao etanol, a produção de hidratado é projetada em 17,4 bilhões de litros e de 8,2 bilhões de litros do biocombustível anidro. Mesmo que haja uma retomada nos preços e na demanda por etanol, é muito pouco provável que esse mix seja alterado novamente para favorecer a produção do biocombustível. Da parte das usinas, há uma preocupação financeira, que está sendo estudada pelo governo para tentar amenizar as dificuldades de remuneração levando em conta as perdas em relação ao etanol.

As usinas tiveram um momento bastante interessante nos termos do açúcar, o que deve compensar parcialmente a queda no etanol. Quanto ao programa de incentivo à produção de biocombustíveis, o RenovaBio, o momento tende a valorizar os créditos de descarbonização (CBIOs) por causa da menor oferta, pressionada pela queda nos preços de petróleo e etanol. Essa valorização poderia contribuir com o preço de comercialização do etanol, evitando quedas tão bruscas. A grande questão é que o momento do programa é inicial, ou seja, essa crise aconteceu no momento em que não havia uma estruturação para que os CBIOs pudessem dar fôlego aos preços do etanol. As metas podem ser reduzidas, mas ainda não se sabe em quanto. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.