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14/Abr/2020

Açúcar: maior oferta pressionará os preços globais

Em um cenário de possível aumento na produção brasileira e indiana de açúcar e retração no consumo global por causa da pandemia de coronavírus, a perspectiva é de que o mercado açucareiro não verá um segundo déficit consecutivo na safra 2020/2021. Os preços internacionais devem, portanto, continuar pressionados, levando em consideração também a desvalorização do Real ante o dólar norte-americano. A crise instaurada pela pandemia de coronavírus e pelo impasse entre Arábia Saudita e Rússia pressionou os preços do petróleo, tornando a produção de etanol menos atraente, o que pode levar o Brasil a destinar mais cana-de-açúcar para a produção de açúcar, que pode superar os 30 milhões de toneladas.

Dependendo de como essa tendência se confirmar, a maior produção brasileira pode contribuir para a derrubada dos preços. Na Índia, a produção na temporada 2020/2021 pode chegar a 32 milhões de toneladas, segundo projeção da Associação Indiana de Moinhos de Açúcar. Além da previsão de mais açúcar no país, o fato de os estoques estarem altos indica a possibilidade de maior exportação. Na Tailândia, o segundo maior exportador de açúcar do mundo, o desenvolvimento da safra ainda não está claro, mas apenas 9 milhões de toneladas devem ser produzidas na atual temporada, já que o país está sofrendo com a pior seca em décadas. Já na União Europeia e na Rússia, a produção deve diminuir. A Europa conta com fábricas fechadas, além do fato de os preços não terem acompanhado o aumento anterior das cotações internacionais.

A estimativa da produção de açúcar da UE em 2020/2021 é de 17,5 milhões de toneladas, o que é semelhante à produção da temporada atual de 17,3 milhões de toneladas. Do lado da demanda, o coronavírus levou a reduzir em 2 milhões de toneladas as previsões para a demanda global de açúcar em 2020. Apesar da retração no consumo, a projeção é de déficit para 2019/20, mas o cenário não deverá se repetir em 2020/2021. Há possibilidade de um déficit adicional na safra 2020/2021, provavelmente menor do que o da temporada anterior. A Organização Internacional do Açúcar estima um déficit adicional de 2 milhões de toneladas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.