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07/Abr/2020

Etanol: queda das cotações nas usinas em março

O Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado fechou o ano-safra 2019/2020 (de abril/2019 a março/2020) com média de R$ 1,8917 por litro, alta de 6,1% na comparação com o anterior (2018/2019), em termos reais (os Indicadores mensais foram deflacionados pelo IGP-M de março/2020). No caso do etanol anidro, a média foi de R$ 2,0745 por litro, aumento de 5,1% no mesmo comparativo. Os aumentos nos preços no acumulado da safra, no entanto, acabaram sendo limitados pela forte queda observada em março, quando o hidratado se desvalorizou expressivos 14,8% e o anidro, 8,5%. Quanto ao volume total de etanol hidratado comercializado na safra 2019/2020 seguia em curva ascendente até janeiro deste ano, superando em 7% o de igual período da safra anterior. Neste caso, o bom desempenho das vendas de etanol hidratado nas bombas vinha dando suporte ao preço ao produtor até aquele período.

No entanto, nos dois últimos meses da temporada (fevereiro e março/2020), o volume comercializado diminuiu com tanta força que fez com que, no acumulado da safra, houvesse diminuição de 3,7%, comparativamente ao ano safra anterior. No segmento varejista, a relação média entre o biocombustível e a gasolina C ficou abaixo dos 70% em praticamente todo período (abril/2019 a março/2020), com média de 66,3%, contra 63,6% na temporada anterior. Nos últimos sete dias especificamente, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado está cotado a R$ 1,3049 por litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), forte recuo de 13,8% em relação ao do período anterior, na quinta redução seguida. No caso do etanol anidro, em queda há seis semanas, o Indicador CEPEA/ESALQ está cotado a R$ 1,5823 por litro (sem PIS/Cofins), baixa de 15,6% no mesmo comparativo. Na última semana, marcada pela primeira semana oficial da safra 2020/2021, o volume negociado de etanol hidratado cresceu, podendo se tratar de uma reposição de estoques do comprador. Além disso, o humor do mercado parece ter mudado um pouco, especialmente na segunda parte da semana, com as altas do petróleo.

Do lado das usinas, algumas aumentaram suas ofertas e a preços menores que os da semana anterior. Outras, porém, preferiram ficar fora do mercado, aguardando novos desdobramentos das cotações. Agentes do setor estão bastante apreensivos com as pressões sobre os preços do etanol neste ano-safra que se inicia e com a consequente rentabilidade da indústria sucroenergética. De um lado, tem-se cotações baixas para petróleo e, de outro, menor demanda gerada pela crise da pandemia de coronavírus. Entre as medidas econômicas que têm sido reivindicadas pelo setor para que se assegure um mínimo de sustentabilidade financeira está warrantagem (espécie de seguro), desoneração do PIS/Cofins, intervenção na Cide da gasolina e extensão de algumas políticas que irão beneficiar empresas de pequeno e médio portes para as usinas. Em São Paulo, nas bombas, a relação entre os preços do etanol e da gasolina C segue abaixo dos 70%, ficando em 68,8%. As médias são de R$ 4,087 por litro para a gasolina C e de R$ 2,81 por litro para o etanol. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.