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02/Abr/2020

Etanol: revisão de contratos foi atitude precipitada

Segundo a Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (Novabio), a decisão de duas das maiores distribuidoras do Brasil de revisar ou flexibilizar os contratos de aquisição de etanol por causa do cenário de pandemia do coronavírus foi inesperada e intempestiva. A atitude pode levar a um grande desequilíbrio na cadeia produtiva de cana-de-açúcar, provocando recessão e desemprego, principalmente por causa do período de entressafra, em que as despesas do produtor são muito mais altas do que as receitas. A expectativa da entidade, no momento, é de que as empresas revejam o posicionamento, já que o porte das distribuidoras pressupõe uma segurança de capital de giro que pode equilibrar o mercado.

A BR Distribuidora já está retrocedendo e a Raízen também deve reconsiderar a decisão. Se há uma necessidade de alongamento nos prazos, isso pode ser feito sem alegação de força maior. A entidade cobrou da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) uma solução regulatória menos recessiva para os produtores e pediu que a agência intercedesse para coibir os excessos. As usinas, na qualidade de fornecedoras, prepararam e estocaram o etanol, deixando de vender ao mercado, a fim de salvaguardar os fornecimentos contratuais, enquanto as distribuidoras sequer tentaram dialogar ou repactuar algumas condições. O cenário reforça a necessidade de os produtores poderem comercializar diretamente com os postos de combustível, sem passar necessariamente pelas distribuidoras, como um mecanismo alternativo.

Mas, as usinas nunca pediram para excluir as distribuidoras do processo, mas gostariam de pensar na opção de venda direta como um mecanismo complementar alternativo. Quanto aos efeitos do coronavírus ao setor como um todo, no lado da demanda, o consumo de combustível deve ser reduzido em pelo menos 50% no período. Em relação às atividades na indústria, há uma facilidade em decretar férias coletivas para os funcionários em função das operações reduzidas por causa do período de entressafra. No campo, por outro lado, onde a economia sucroalcooleira emprega pelo menos 250 mil empregados, especialmente na Região Nordeste, os produtores têm mais trabalho com o plantio e a interrupção seria mais desastrosa. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.