ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

31/Mar/2020

Açúcar: preços em alta no varejo com boas vendas

Diante de incertezas causadas pela pandemia de Covid-19, os consumidores estão aumentando suas aquisições de mantimentos nos supermercados, e o açúcar, que faz parte da cesta básica, foi um dos produtos que apresenta vendas aquecidas nos últimos dias. Observa-se, inclusive, que, de forma semelhante ao identificado para outros produtos, os preços nas gôndolas apresentam aumentos expressivos. Algumas usinas, no entanto, suspenderam suas vendas, possivelmente na expectativa de desovar mais para frente, evitando, assim, a falta de produto para atender a contratos. Nesse cenário, em São Paulo, no atacado, o Indicador de Cristal Empacotado está cotado a R$ 9,12 por saca de 5 Kg, alta de 4,37% nos últimos sete dias. O açúcar refinado amorfo está cotado a R$ 1,9842 por saca de 1 Kg, elevação de 0,75% no mesmo período. No mercado spot do açúcar cristal, a demanda continua baixa, sendo que somente em casos esporádicos foram captadas negociações envolvendo maiores quantidades.

Além das incertezas da economia como um todo, nesse período de início da moagem da safra 2020/2021, a demanda costuma ser menor. Os compradores aguardam o aumento da oferta do açúcar da nova temporada a preços menores. A média do Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, em São Paulo, é de R$ 77,13 por saca de 50 Kg, queda de 0,35% nos últimos sete dias (R$ 77,40 por saca de 50 Kg). Da amostra das usinas do estado de São Paulo, aproximadamente 31% das unidades de processamento já estão moendo a cana-de-açúcar da safra 2020/2021. Até final de abril, 99% das usinas do Estado estarão em operação. No mercado internacional, as cotações do açúcar demerara na Bolsa de Nova York apresentaram certa recuperação na semana passada, com o contrato Maio/2020 chegando a 11,41 centavos de dólar por libra-peso no dia 25 de março, após um movimento técnico.

Apesar disso, os fundamentos macroeconômicos sobre o mercado de açúcar ainda pesam negativamente. O dólar continua fortemente apreciado em relação ao Real, podendo estimular as exportações brasileiras de açúcar. O petróleo tipo brent segue abaixo dos US$ 30,00 por barril, o que poderá induzir a um aumento na produção brasileira de açúcar. No entanto, as previsões ainda sustentam que a produção mundial de açúcar continuará abaixo do consumo na atual temporada 2019/2020. O Rabobank estima déficit de 6,7 milhões de toneladas e também que a demanda global por açúcar permaneça estável, mesmo em meio à pandemia de coronavírus. A produção de açúcar deverá cair nos principais países produtores. Na Índia, espera-se queda de 19% em 2019/2020, com produção de 28,9 milhões de toneladas.

Na Tailândia, produção deve somar 8,6 milhões de toneladas, contra 15,4 milhões na temporada anterior. Para a União Europeia, a projeção é de recuo anual de 1% no consumo de açúcar, devido à expectativa de retração econômica. No Brasil, a estimativa é de que as usinas da Região Centro-Sul atinjam 600 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na temporada 2020/2021. Ainda segundo o Rabobank, 45% do total processado poderá ser destinado à produção de açúcar, ante 34,5% na temporada anterior. Com isso, seriam produzidas aproximadamente 35 milhões de toneladas de açúcar e 27 bilhões de litros de etanol. Mas, as projeções podem mudar, caso haja, por exemplo, entendimento entre Rússia e Arábia Saudita em relação ao petróleo. A média das cotações do açúcar demerara (contrato Maio/2020) na Bolsa de Nova York é de 11,23 centavos de dólar por libra- peso, alta de 3,69% nos últimos sete dias. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.