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27/Mar/2020

Açúcar: previsão de demanda estável em 2019/20

Segundo o Rabobank, em relatório trimestral divulgado nesta quinta-feira (26/03), a demanda global por açúcar não deve ser fortemente prejudicada por causa da pandemia de coronavírus. A queda no consumo do adoçante no food service deve ser compensada por aumento no consumo de alimentos processados que levam mais açúcar, em detrimento dos frescos. O efeito do coronavírus é manter a demanda na safra global 2019/2020 (outubro a setembro) estável, em vez de crescimento de 1%. Para o período, a projeção do déficit global é de 6,7 milhões de toneladas. O impacto total do coronavírus no consumo e na oferta do açúcar ainda é incerto. A projeção é de que ainda deve haver mais problemas logísticos em portos e fronteiras.

No entanto, até o momento, os governos deram prioridade aos setores de agricultura e alimentos. Para o Brasil, a estimativa de moagem é de 600 milhões de toneladas de cana no Centro-Sul na safra local 2020/21 (que começa mês que vem e vai até março de 2021), com 45% do total processado sendo destinado ao açúcar, ante 34,5% na temporada anterior. Com isso, seriam produzidas aproximadamente 35 milhões de toneladas de açúcar e 27 bilhões de litros de etanol. As projeções podem mudar caso haja, por exemplo, entendimento entre Rússia e Arábia Saudita em relação ao petróleo, já que o conflito entre os dois países derrubou o preço do óleo, o que piorou a competitividade relativa do etanol e levou a estimativas de maior produção de açúcar.

A projeção é que, com o Brent a US$ 30,00 por barril, a produção de açúcar no Brasil compensa se os futuros do adoçante em na Bolsa de Nova York estiveram acima de 11 centavos de dólar por libra-peso. Na Índia, maior produtora de açúcar, a projeção é de queda anual de 19% na produção em 2019/2020, para 28,9 milhões de toneladas. Em 2020/2021, deve haver recuperação, para 33,5 milhões de toneladas. Na atual temporada, as exportações do país podem ficar abaixo de 5 milhões de toneladas se o açúcar na Bolsa de Nova York ficar entre 10,00 e 11,00 centavos de dólar por libra-peso, abaixo da paridade de exportação local. A projeção para a Tailândia também é pessimista. A safra local de cana-de-açúcar deve ter queda anual de 40%, para 75 milhões de toneladas, em decorrência de seca e queda na área plantada.

A produção de açúcar bruto deve ficar em 8,6 milhões de toneladas, ante 15,4 milhões na temporada anterior. Para 2020/2021, a expectativa também é de 8,6 milhões de toneladas de açúcar, sem recuperação. Na China, a expectativa é de queda entre 7% a 9% na produção em 2019/2020, para 10 milhões de toneladas. Os problemas logísticos causados pelo coronavírus podem prejudicar a safra 2020/2021. O consumo de açúcar do país deve recuar no primeiro trimestre por causa do coronavírus, mas se recuperar no segundo, quando a doença já estiver mais controlada. A projeção é de queda anual de 1% no consumo de açúcar da União Europeia por causa do coronavírus, de problemas econômicos e também por uma redução estrutural na demanda pelo açúcar. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.