27/Mar/2020

Os futuros de açúcar demerara fecharam em leve queda nesta quinta-feira (26/03) na Bolsa de Nova York. O vencimento maio recuou 8 pontos (0,70%) e fechou a 11,33 centavos de dólar por libra-peso. O mercado reflete um movimento de realização parcial de lucros, após os preços terem subido nas últimas quatro sessões, acumulando ganhos de quase 8% no período. As cotações da commodity podem ter sido pressionadas também pelo enfraquecimento do petróleo, que diminui a competitividade relativa do etanol e pode incentivar um mix menos alcooleiro no Brasil.

Em relatório trimestral divulgado nesta quinta-feira (26/03), o Rabobank estima que a pandemia de coronavírus não deve afetar significativamente a demanda global por açúcar e, portanto, o consumo na safra global 2019/2020 (outubro a setembro) deve se manter estável, em vez de crescer 1%, como previsto anteriormente. Embora projete, para o período, déficit global de 6,7 milhões de toneladas, os efeitos totais da doença no mercado de açúcar ainda são incertos. Do lado da oferta, as projeções são pessimistas para os países produtores.

A estimativa é de uma queda anual de 19% na produção da Índia na temporada 2019/2020, redução entre 7% e 9% na oferta da China, além de uma queda anual de 40% na safra local da Tailândia. Para o Brasil, em relação à safra 2020/2021, a previsão é de moagem de 600 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no Centro-Sul, com 45% do total processado sendo destinado ao açúcar, ante 34,5% na temporada anterior. Com isso, seriam produzidas aproximadamente 35 milhões de toneladas de açúcar e 27 bilhões de litros de etanol.