24/Mar/2020

Em São Paulo, os valores dos etanóis hidratado e anidro no segmento produtor registram forte queda nos últimos sete dias. A pressão vem da restrição de mobilidade recomendada pelo governo, em função da pandemia de coronavírus, que está enfraquecendo a demanda pelo biocombustível. Além disso, a nova safra já foi iniciada em algumas usinas da Região Centro-Sul, elevando a oferta de etanol. Mesmo com leve aumento no volume total negociado de etanol hidratado relativamente à semana anterior, as distribuidoras continuam fechando compras pontuais, não só pelo desaquecimento da demanda, mas também por esperarem novos recuos nos preços com o andamento da moagem.

Do lado das usinas, há bastante flexibilidade nos preços ofertados. Algumas empresas estão necessitando vender rapidamente seus estoques, com a proximidade da entrada da nova produção de etanol. É preciso considerar, ainda, que a produção ininterrupta de etanol de milho em Mato Grosso e em Goiás também pressiona as cotações do biocombustível no mercado paulista. O Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado está cotado a R$ 1,6721 por litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), forte recuo de 14% (ou de R$ 0,27 por litro) nos últimos sete dias. A queda na parcial de março chega a R$ 0,46 por litro.

No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ é de R$ 2,0221 por litro (sem PIS/Cofins), baixa de 6,2% no mesmo comparativo. Na comparação com o fechamento do dia 28 de fevereiro deste ano, o recuo é de R$ 0,25 por litro. Na semana passada, as desvalorizações do petróleo tipo Brent e WTI também influenciaram as cotações do biocombustível no Brasil. Nas bombas do estado de São Paulo, a relação entre os preços do etanol e da gasolina C segue na casa dos 70%, valor percentual tomado como ponto de indiferença para a maior parte dos consumidores. As médias estão em R$ 4,326 por litro para a gasolina C e de R$ 3,035 por litro para o etanol. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.