17/Mar/2020

O cenário de incerteza na economia mundial e no Brasil tem reduzido o número de negociações no mercado de açúcar em São Paulo e pressionado as cotações. No dia 10 de março, o Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, voltou à casa dos R$ 78,00 por saca de 50 Kg. O final de entressafra na Região Centro-Sul do Brasil, contudo, está limitando a queda nos preços, tendo em vista que a disponibilidade atual de açúcar no spot está substancialmente menor. Ainda assim, a média é de R$ 79,68 por saca de 50 Kg, queda de 1,39% nos últimos sete dias (R$ 80,80 por saca de 50 Kg).

Na Bolsa de Nova York, as cotações do açúcar demerara são influenciadas pela instabilidade mundial diante da pandemia do coronavírus. Na parcial de março, a queda acumulada é de 15,3%, com as cotações voltando ao patamar de 11,00 centavos de dólar por libra-peso. Medidas drásticas tomadas por alguns países devem desacelerar expressivamente as economias, contexto que tem feito com que investidores migrem das commodities para ativos mais seguros, como o dólar. Isso está provocando uma forte queda na demanda de commodities, derrubando as cotações do açúcar. Os valores do petróleo também estão caindo, pressionados pelos desentendimentos entre Rússia e Arábia Saudita.

Nos últimos sete dias, os valores do petróleo recuaram 34,78%.

Vale lembrar que preços baixos do petróleo diminuem a competitividade do etanol em relação à gasolina, elevando a produção de açúcar e, consequentemente, pressionando as cotações do açúcar. A média das cotações do açúcar demerara (contrato Maio/2020) na Bolsa de Nova York é de 12,16 centavos de dólar por libra-peso, queda de 9,93% nos últimos sete dias. Em São Paulo, no atacado, o Indicador de Cristal Empacotado está cotado a R$ 8,64 por saca de 5 Kg, queda de 0,18% nos últimos sete dias. O açúcar refinado amorfo está cotado a R$ 1,98 por saca de 1 Kg, estável em relação ao período anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.