ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

06/Mar/2020

Açúcar: preços globais sob pressão do coronavírus

De acordo com o relatório mensal divulgado nesta quinta-feira (05/03) pela Organização Internacional do Açúcar (OIA), a disseminação do coronavírus mudou a percepção do mercado e interferiu na tendência dos preços do açúcar ao longo de fevereiro. Os preços do açúcar bruto subiram de 14,40 centavos de dólar por libra-peso no fim de janeiro para 15,21 centavos de dólar por libra-peso no dia 21 de fevereiro, antes de caírem a 14,46 centavos de dólar por libra-peso no final do mês. Apesar da inversão da tendência no fim do mês, houve um leve acréscimo dos preços em relação a janeiro. O resultado ainda positivo é atribuído, apesar do impacto do coronavírus, à expectativa de déficit considerável da commodity na safra 2019/2020. Na semana passada, e entidade divulgou que a projeção para escassez do produto no ciclo atual é de 9,435 milhões de toneladas, um aumento de 66% em relação à previsão feita em novembro.

Além disso, o posicionamento dos fundos de hedge também foi citado como um componente importante dos preços no fechamento de fevereiro. Na média, os preços à vista do açúcar bruto (medidos pelo preço diário da ISA) ficaram em 14,78 centavos de dólar por libra-peso em fevereiro ante 14,13 centavos de dólar por libra-peso em janeiro. Em Londres, o Índice ISO de Açúcar refinado subiu de US$ 402,70 por tonelada no fim de janeiro para US$ 440,30 por tonelada em 12 de fevereiro, três dias antes do vencimento de março. O spread entre os futuros de março e maio acabou sendo negociado a um prêmio superior a US$ 22,00 por tonelada. A diferença se desfez posteriormente, com o vencimento para março com um desconto de US$ 5,00 por tonelada em 14 de fevereiro. Após o vencimento, os preços inicialmente subiram para US$ 419,10 por tonelada antes de recuarem, em uma reversão de tendência, para US$ 393,65 por tonelada. O preço médio para fevereiro neste caso foi de US$ 413,87 por tonelada, ainda uma alta de US$ 26,00por tonelada em relação a janeiro.

O Prêmio Nominal de Açúcar Refinado (o diferencial entre o Índice de Preços ISO de Açúcar Branco e o Preço Diário ISA) aumentou para mais de US$ 100,00 por tonelada antes do vencimento em Londres, enquanto a segunda metade do mês registrou valores mais constantes entre a faixa de US$ 80,00 a US$ 85,00 por tonelada. Em termos de médias mensais, o número de fevereiro ficou em US$ 88,16 por tonelada, um aumento de US$ 12,00 por tonelada em relação à média de janeiro, o valor mais alto desde junho de 2017. Do lado técnico, os fundos de hedge aumentaram sua posição líquida comprada em futuros e opções de açúcar bruto na Bolsa de Nova York, em 32.219 lotes, para 117.812 lotes, durante as quatro semanas a partir de 28 de janeiro. Os hedge funds estão para reduzir sua posição em açúcar, em resposta ao coronavírus, embora tenham posições compradas em outros mercados. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.