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04/Mar/2020

Açúcar: preços seguem em alta no mercado interno

Os preços médios mensais do açúcar cristal estão em movimento de alta desde julho do ano passado. Assim, em fevereiro, o Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, em São Paulo, atingiu R$ 78,35 por saca de 50 Kg, a maior média para esse mês desde 2017, quando, vale ressaltar, o Indicador real foi de R$ 95,19 por saca de 50 Kg, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI base janeiro/2020). A média do Indicador de fevereiro deste ano ficou 5,41% acima da de janeiro de 2020 (R$ 74,33 por saca de 50 Kg), 7,55% superior à de fevereiro de 2019 (R$ 72,85 por saca de 50 Kg) e 28,45% maior que a de fevereiro de 2018 (R$ 61,00 por saca de 50 Kg), em termos reais. Nesta entressafra 2019/2020, as usinas de São Paulo continuam restringindo as ofertas para o mercado spot e aumentam os valores de seus pedidos de venda.

Essa postura foi atribuída aos estoques limitados e, também, ao dólar em patamares nominais recordes, cenário que favoreceu as exportações. Além disso, os preços externos do açúcar demerara também registraram picos de alta ao longo de fevereiro, chegando a fechar acima dos 15,00 centavos de dólar por libra-peso, influenciando a alta nas cotações domésticas do cristal. Nos últimos sete dias, com o período de Carnaval, o ritmo das negociações do açúcar no mercado spot foi mais calmo. A média do Indicador CEPEA/ESALQ é de R$ 80,92 por saca de 50 Kg, alta de 1,51% nos últimos sete dias (R$ 79,71 por saca de 50 Kg). Na Bolsa de Nova York, mesmo com as perspectivas de déficit na produção mundial de açúcar, os preços do demerara, que vinham apresentando evolução vigorosa, estão retrocedendo, com o vencimento em Maio/2020 cotado a 14,14 centavos de dólar por libra-peso.

A pressão vem do possível arrefecimento na economia mundial, por conta da evolução do coronavírus. A menor produção mundial da commodity em relação consumo, contudo, limita as quedas e, inclusive, pode voltar a impulsionar os preços internacionais. Segundo a Organização Internacional do Açúcar (OIA), a demanda deve superar a oferta mundial em 9,435 milhões de toneladas na temporada 2019/2020. A nova projeção é 54% maior do que o déficit de 6,115 milhões de toneladas previsto em novembro do ano passado. A crise do açúcar nos Estados Unidos, devido a problemas climáticos em regiões produtoras de beterraba açucareira e de cana-de-açúcar deverão limitar a oferta do açúcar no país e, consequentemente, elevar as importações.

Ressalta-se que o México, importante fornecedor de açúcar aos Estados Unidos, também deve registrar menor produção devido ao clima desfavorável. O México não deve conseguir atender às necessidades de importação norte-americanas. A média das cotações do açúcar demerara (contrato Maio/2020) na Bolsa de Nova York é de 14,47 centavos de dólar por libra peso, queda de 3,55% nos últimos sete dias. Em São Paulo, no atacado, o Indicador de Cristal Empacotado está cotado a R$ 8,52 por saca de 5 Kg, alta de 1,25% nos últimos sete dias. O açúcar refinado amorfo está cotado a R$ 1,98 por saca de 1 Kg, elevação de 0,05% no mesmo período. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.