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04/Fev/2020

Açúcar: demanda global pode reduzir crescimento

A Organização Internacional do Açúcar (OIA) prevê uma desaceleração considerável do crescimento do consumo do açúcar ao fim dos anos 2020 dos atuais 1,6% - média dos últimos 10 anos - para 1,2%. Com isso, a estimativa da entidade é de que a demanda apenas ultrapasse a marca de 200 milhões de toneladas no encerramento do período. A projeção mais recente da instituição para a atual safra 2019/2020 é de uma elevação de 1,32% do uso de açúcar, para 176,519 milhões de toneladas. Uma desaceleração considerável no crescimento do consumo mundial testemunhada pelo mercado na segunda metade da década de 2010 sugere que a dinâmica do uso do açúcar não garante mais um rápido retorno a um mercado mais equilibrado após um ciclo excedente, segundo a instituição. Para a OIA, os principais impulsionadores do consumo da commodity continuarão a ser o crescimento populacional e a expansão da renda per capita.

Uma pesquisa da organização também identificou preocupações com a saúde como um novo fator importante em relação ao uso do açúcar. Essa consideração faz da previsão de longo prazo do consumo global e individual de açúcar de um país uma ferramenta valiosa para decisões estratégicas de investimento, bem como políticas nacionais sobre açúcar. A investigação detalhada do debate sobre açúcar e saúde no Comitê de Avaliação de Mercado e Consumo (Mecas), da OIA, mostra que o papel geral do açúcar na saúde humana e sua associação com a crescente prevalência de doenças não transmissíveis (DNTs) tornaram-se um foco principal das políticas de saúde pública nos últimos anos. Por vários anos, a OIA não levou em consideração possíveis impactos da campanha anti-açúcar e a onda de impostos adicionais sobre os alimentos que contêm açúcar no consumo global de açúcar, devido a um quadro estatístico contraditório.

A OIA salientou, no entanto, que as estatísticas oficiais de consumo de açúcar para 2017 e 2018 mostram uma clara tendência global de redução ou mesmo de queda do consumo, tanto em termos totais quanto per capita, em vários mercados essenciais. Na Europa, a guerra contra o açúcar dura alguns anos e nove países passaram a cobrar impostos extras sobre refrigerantes, por exemplo. A média é de 0,064 de euros por latinha da bebida, com a taxa mais alta na Noruega. Na sequência, estão Reino Unido e Finlândia. Há, no entanto, muito debate ainda sobre o assunto. O primeiro é sobre se o valor a mais tem realmente algum impacto sobre a decisão do consumidor. O outro diz respeito justamente ao lobby dos produtores da commodity. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.