03/Fev/2020

O RenovaBio, programa do governo para expandir a produção de biocombustíveis, deve gerar fluxo de caixa de R$ 555 milhões para produtores de etanol em 2020. Além disso, o déficit global de açúcar na safra 2019/2020 deve ser o maior da década. Presumindo um crescimento do ciclo Otto de 2% ao ano e a manutenção da mistura do biocombustível na gasolina em 27%, o mercado de etanol no Brasil deverá crescer 40% até 2030. Hoje, o consumo de etanol já corresponde a 49% das vendas do ciclo Otto. Os créditos de carbono (CBios) devam encarecer em R$ 0,16 o litro da gasolina na comparação com o etanol hidratado.

Deve se gerar receita adicional de R$ 6,6 bilhões para empresas produtoras de etanol até 2030, contando que o consumo ciclo Otto cresça, em média, 2% por ano até lá. Para 2020, a projeção é que o fluxo de caixa que as empresas conseguirão em decorrência do RenovaBio alcance R$ 555 milhões, mas esse número deve crescer sequencialmente, já que gradualmente metas de descarbonização mais agressivas serão necessárias para mudar a preferência dos consumidores em direção ao etanol. Em 2030, a projeção é de R$ 6,617 bilhões em receitas decorrentes do RenovaBio para as principais empresas do setor de etanol.

A expectativa é de negociação de cerca de 45,5 milhões de CBios em 2020, com valor estimado de cada CBio em R$ 12,20. No mercado de açúcar, os fundamentos vêm impulsionando os preços, com perspectiva de déficit global expressivo na safra 2019/2020 (outubro/2019 a setembro/2020). As condições climáticas negativas na Ásia ficaram mais claras e mais fortes do que se projetava, principalmente na Índia, o que deverá levar o déficit de açúcar para o maior patamar da última década. Para o Brasil, a estimativa é de produção de 31,623 milhões de toneladas de açúcar e, para a Índia, de 27,3 milhões de toneladas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.