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28/Jan/2020

Cana: cenário favorável ao açúcar e etanol em 2020

A menor produção global deve favorecer os resultados do setor de açúcar em 2020, assim como a perspectiva de preços altos do petróleo beneficiará o etanol. Os preços de combustíveis no Brasil devem ser foco de atenção, já que esse é um tema sensível no País e pode levar a interferências do governo. A reação dos preços futuros de açúcar desde dezembro reflete percepções de aperto na oferta global da commodity. A Índia, maior produtora global do alimento, tenha queda de entre 5 milhões e 6 milhões de toneladas na produção na safra atual ante a temporada passada, um recuo de 20%. Além disso, a seca na Tailândia, segunda maior exportadora de açúcar, pode fazer com que o total produzido no país caia 2 milhões de toneladas, também 20%. Na América do Norte, nos Estados Unidos, a safra de beterraba sofreu com o clima e estava revisada bastante para baixo.

Ao mesmo tempo, a safra mexicana, que começou no final de novembro, agora mostra sinais parecidos com a da Tailândia, de seca, perda de produtividade, e, por isso, revisão para baixo da produção. A possibilidade de recuperação dos futuros do açúcar pode fazer usinas brasileiras mudarem a estratégia de comercialização e apostem mais no adoçante do que no etanol. No atual período de entressafra do Centro-Sul, as indústrias podem fixar mais os preços de açúcar e, consequentemente, produzir menos etanol. Quanto ao biocombustível, o cenário é positivo principalmente por causa das perspectivas de preços altos do petróleo e dólar valorizado ante o Real, dois fatores que contribuem para a alta da gasolina. O barril de petróleo Brent deve ficar ao redor dos US$ 70 ao longo de 2020 e o dólar no fim do ano deve estar na casa dos R$ 4.

Com o sistema atual de precificação de gasolina, o barril de petróleo a US$ 70 e câmbio de R$ 4 significam preço relativamente alto da gasolina no Brasil, o que é positivo para etanol. E dá espaço para o etanol chegar a níveis interessantes sem que o aumento de preços incentive motoristas a usarem gasolina. Uma novidade para o setor este ano é o RenovaBio, programa de estímulo à produção de biocombustíveis. Desde o fim de 2019, usinas certificadas podem emitir Créditos de Descarbonização, conhecidos como CBIOs. No entanto, há uma dificuldade de estimar o quanto o programa ajudará usinas este ano. A pergunta-chave é: qual vai ser o valor desse CBIO? Ou seja, qual seria a receita adicional que a venda do CBIO vai trazer para o produtor de etanol. Isso até agora continua sem definição. No momento atual, porém, qualquer receita extra para essas indústrias é bem-vinda. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.