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15/Jan/2020

Açúcar: preço em alta com quebra na safra da Ásia

Um déficit de produção de açúcar na Ásia está impulsionando as cotações do açúcar, trazendo alívio para agricultores e refinarias após uma queda prolongada do mercado. Um dos fatores que provocaram a alta das cotações nos últimos meses foi o clima desfavorável na Índia e na Tailândia no ano passado. Depois de meses de seca, a safra de açúcar na Tailândia, que termina em março, deve ser significativamente menor que a anterior. A previsão é de queda de 1 milhão de toneladas na temporada 2019/2020, para 13,5 milhões de toneladas, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Segundo o Rabobank, a Tailândia teve seca ao longo do ano e o impacto no mercado está começando a se materializar. Os preços subiram ainda mais em moeda local na Índia e no Brasil, à medida que a rupia indiana e o real se enfraqueceram em relação ao dólar.

Isso ajudou a aliviar a pressão financeira sobre os produtores de açúcar nos dois países, depois que o excesso da produção na Índia derrubou os preços por vários anos. Com altas consecutivas, as cotações do açúcar na Bolsa de Nova York já ultrapassaram outros mercados de soft commodities este ano e subiram cerca de 30% desde a queda para 11,00 centavos de dólar por libra-peso em setembro. Como os preços do açúcar refinado subiram mais do que os do açúcar demerara, as refinarias de açúcar acabaram aumentando as margens de lucro. A tão esperada enxurrada de açúcar refinado de baixa qualidade da Índia no mercado mundial não se concretizou, apesar de o açúcar agora ser lucrativo. O Brasil também vai contribuir para determinar se os preços do açúcar continuarão subindo.

No ano passado, as usinas utilizaram o máximo possível de cana-de-açúcar para produção de etanol, diante da crescente demanda pelo biocombustível. O ponto de atenção para o mercado é que preços mais altos podem incentivar as usinas brasileiras a produzirem menos etanol e mais açúcar este ano, o que poderia gerar até 4 milhões de toneladas de oferta adicional nos mercados globais. Por outro lado, já existem sinais de que traders e investidores não esperam que a alta continue por muito tempo. Os contratos futuros de açúcar que expiram nos próximos meses subiram, mas os futuros para 2021 não aumentaram tanto. Isso indica uma percepção dos participantes do mercado de que os estoques serão mais que suficientes para atender à demanda global no próximo ano. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.