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06/Jan/2020

Etanol: RenovaBio deve impulsionar setor em 2020

O setor sucroenergético tem algumas datas referências, como 1973 no caso do Proálcool e 2003 com a entrada dos carros flex. Agora, 2020 será marcado como o ano que possibilitará, por meio do Programa RenovaBio, a retomada do crescimento da produção desse biocombustível. O início do Programa foi estabelecido para janeiro de 2020, e muitas das decisões necessárias para a sua implantação já foram tomadas ou estão em andamento. Outro ponto que deve favorecer o esperado crescimento do mercado brasileiro de etanol é a possibilidade do uso de outras matérias-primas além da cana-de-açúcar para a produção de etanol, como o milho. Deve haver aumento expressivo da produção de biocombustível a partir desse cereal, podendo ultrapassar de 10% do total nacional nos próximos dois anos. Em Mato Grosso, principal estado que produz etanol de milho, das 15 usinas existentes no estado, três são flex – utilizam cana e milho na produção de etanol – e duas são dedicadas à produção de etanol do cereal.

Em breve, algumas mato-grossenses também devem passar a processar o milho, enquanto outras devem ser construídas especialmente para o processamento desse cereal. O preço do etanol deve continuar competitivo relativamente à gasolina nos estados onde ocorre a maior parte da produção e consumo nacional. A proximidade do preço do etanol relativamente ao da gasolina (considerando-se diferenciais de rendimento energético), por sua vez, vai depender da taxa de crescimento da renda. Ressalta-se que, quando a renda aumenta, o consumo de combustível também cresce, tanto pela maior aquisição de veículos que passam a fazer parte da frota, quanto por maior uso daqueles que já existem. A Agência de Proteção Ambiental Americana (EPA) reduziu sua projeção de importação de etanol brasileiro produzido a partir da cana-de-açúcar, visando cumprir mandados de uso de biocombustíveis avançados.

A estimativa agora é que apenas 60 milhões de galões de etanol brasileiro sejam importados em 2020, o que corresponde a somente uma pequena parte do total de biocombustível avançado a ser utilizado (5,04 bilhões de galões) pela frota norte-americana. Já a cota específica para bicombustíveis celulósicos deve crescer um pouco, passando de 420 milhões de galões de 2019 para 540 milhões de galões em 2020. Algumas usinas brasileiras, que produzem etanol a partir de bagaço, têm a possibilidade de atender parte dessa demanda. Até agosto de 2020, vigora a legislação que elevou de 600 para 750 milhões de litros a importação de etanol sem tarifas. As importações ficam limitadas a 187,5 milhões de litros por trimestre. Atualmente, o imposto de importação para o etanol é de 20% para o volume que ultrapassar a cota (dentro do limite, a taxa é zero para qualquer país).

Os Estados Unidos serão os principais favorecidos pela medida, tendo em vista que estes são os maiores fornecedores de etanol para o Brasil. Atualmente, 85% do etanol no mundo é consumido pelos Estados Unidos, pela União Europeia e pelo Brasil – outros 60 países já introduziram, de alguma forma, o etanol em sua matriz energética. A Ásia poderá alterar esse padrão concentrado de consumo no médio prazo, especialmente por meio do uso de veículos nos países mais populosos e que já sofrem com condições ambientais adversas, especialmente nos grandes centros. Nesse contexto, somente um aumento expressivo da produção brasileira de etanol poderia inserir o País entre os players que atenderiam o mercado asiático. Atualmente, a produção brasileira de etanol é suficiente apenas para suprir o mercado doméstico – o Brasil exporta e importa quantidades equivalentes. Fonte: Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.