18/Dez/2019

Os modelos climáticos estão revelando chuvas regulares do norte do Paraná ao norte de São Paulo para a próxima semana. Assim, deve haver um volume considerável de cana-de-açúcar que foi deixada para ser cortada o ano que vem no Centro-Sul. Essa cana-de-açúcar “bisada”, como é classificada no jargão do setor, estaria sendo acumulada em oito semanas de precipitações. Entre 16 e 18 milhões de toneladas serão carregadas para o ciclo 2020/2021, ainda que possam, em alguma fração, começarem a ser processadas em fim de fevereiro, o que oficialmente ainda estaria na safra 2019/2020 (que vai até março). O setor já adotou o termo ‘antecipação de safra’.

Essa situação poderá ser precificada na Bolsa de Nova York, no mercado futuro da ICE Futures, tirando suportes das altas que vieram satisfatórias até a semana passada, de 12,50 centavos de dólar por libra peso para a faixa de 13,50 centavos de dólar por libra-peso. A produção de 2020, que terá parte da cana-de-açúcar de 2019, também será importante para as usinas que pararam mais cedo e estão zeradas de etanol na entressafra, que deve seguir com competitividade. Porém, vai chegar um maior volume de etanol dos Estados Unidos, com a elevação da cota sem taxas para 1,5 bilhão de litros. A safra 2019/2020 da Região Centro-Sul já está praticamente sem usinas operando.

Desde final de outubro, várias usinas não tinham mais cana-de-açúcar ou estavam com talhões pouco desenvolvidos pela seca. Isso também acelerou a moagem, além da própria demanda forte para o mix de etanol. A União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica) registrou processamento de 575 milhões de toneladas no final de novembro. A possibilidade de menos chuvas em janeiro e fevereiro, dará condições ideais para essa cana-de-açúcar bisada. Somada à boa umidade de quase dois meses, acelerando a sua maturação, mais a luminosidade dos dois meses seguintes, cana-de-açúcar em quantidade e com bom rendimento chegará às usinas. Fonte: Money Times. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.